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25/11/2000 - 05h18

"Diálogos Impertinentes" vê a angústia do homem

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da Folha de S.Paulo

Estreiteza de tempo e espaço, aflição intensa ou condição espiritual do ser humano que pode despertá-lo para a liberdade. São definições possíveis para o tema do mais recente encontro da série "Diálogos Impertinentes", que analisou a angústia.

Realizado no final de outubro, no Teatro de Arena do Tuca, o debate foi protagonizado pelo psiquiatra e psicanalista Leopold Nosek, curador da mostra "Freud: Conflito & Cultura" em SP, e pela cineasta Tata Amaral ("Um Céu de Estrelas", 96), professora convidada de direção cinematográfica da ECA-USP.

Para Nosek, a angústia contemporânea implica soluções e problemas na vida de qualquer cidadão. "Não se pode imaginar a vida humana sem angústia. Não houvesse a angústia, não teríamos o motor para buscar o outro, a civilização, a cultura", afirma.

Seu contraponto, diz Nosek, é "o medo de alguma coisa de que não se sabe, mas está lá construída". Para Tata Amaral, a angústia resulta em matéria-prima dramática, "um sujeito oculto que vai determinando a história".

Em "Um Céu de Estrelas", por exemplo, ela "quis filmar o desespero", por meio do conflito entre uma cabeleireira e um mecânico.

"O que ela chama de desespero eu definiria como uma teoria mais atualizada da angústia, que são as doenças modernas, como a anorexia, a obesidade e a síndrome de pânico", diz Nosek.

Discutiu-se também a angústia que libera a criação artística por meio do contato humano e "requer tempo, amor, paixão" nas palavras de Nosek. Já o seu lado sombrio corrobora a "miséria humana e psíquica que perpassa todas as classes".

Foi abordada ainda a "angústia do consumo", empurrada pela propaganda que promete "mudar sua vida", como afirma Tata.

O encontro foi mediado pelo professor da PUC-SP Mario Sergio Cortella e pelo jornalista Mario Cesar Carvalho, repórter especial da Folha. A série "Diálogos Impertinentes" é promovida pela Folha, pela PUC-SP e pelo Sesc.
 

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