Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/03/2007 - 19h30

Atualidade política entra em debate no Salão do Livro de Paris

Publicidade

da France Presse, em Paris

As eleições presidenciais francesas inspiraram escritores no Salão do Livro de Paris, que não poupam críticas aos candidatos, tachados de "paranóicos", "incultos" e oportunistas.

O Salão do Livro de Paris, uma das manifestações culturais mais importantes da Europa, será celebrado até terça-feira (27), com a participação de 2.000 autores e 1.200 editores. A Índia é o país convidado desta edição.

Na "Varanda Política", situada no centro do salão, a flor e a nata dos escritores franceses fazem um panorama, às vezes implacável, da vida política francesa.

"Os candidatos, em particular os três principais, são muito menos cultos do que eram Charles de Gaulle, Georges Pompidou ou François Mitterrand. Quando de Gaulle falava, ouvíamos Suetônio atrás de seu discurso. Eu não ouço 'Suetônio' com Nicolas Sarkozy, nem Tácito com Ségolène Royal", resumiu, no domingo, Marc Lambron, autor do livro sobre a candidata socialista, "Mignonne, allons voir..." ("Bonita, vamos ver...", em tradução literal), em alusão a dois historiadores latinos.

"Nesta eleição temos uma 'enarca' [egressa da ENA, Escola Nacional de Administração francesa, no caso Royal], um advogado [Sarkozy] e um professor [François Bayrou]. Há menos romances na mente dos candidatos, o que não impede que sejam bastantes romanescos", continuou o escritor.

François Bégaudeau acaba de publicar "Une année en France" ("Um ano na França", literalmente), sobre a crise que o país viveu (sobre a Constituição Européia, a violência nos subúrbios e manifestações contra o emprego precário).

"É verdade que Ségolène Royal é bastante inculta, em todo caso, não se situa na tradição dos que leram tudo de Chateaubriand. E, por outro lado, é uma péssima oradora, o que, aos meus olhos, a torna eminentemente simpática", afirmou. Mas Bégaudeau disse que, apesar de tudo, votará na candidata socialista, considerada a "mais à esquerda que Bayrou".

Os debates entre os escritores são apaixonados, embora cordeais. Marc Dugain, autor de "Une exécution ordinaire" (Uma execução ordinária, literalmente), apóia François Bayrou. "É algo que eu nunca tinha feito antes", explicou. "Acho que é o menos paranóico dos candidatos. O que me interessa é que se termine com esta república de sub-representação", argumentou.

"Para mim, Ségolène Royal não é de esquerda. Hoje, nos damos conta de que a oposição direita-esquerda é mantida artificialmente por pessoas que têm interesses mais pessoais que coletivos", disse Dugain.

A política também esteve presente no evento no domingo, quando dezenas de pessoas participaram de uma manifestação em apoio à dirigente opositora birmanesa e prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, denunciando um recente acordo comercial entre a Índia, país convidado ao Salão, e o governo militar birmanês.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Salão do Livro
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página