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27/03/2007 - 15h37

Filha de James Joyce foi musa de "Finnegan's Wake"

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da Ansa, em Londres

Uma musa mentalmente perturbada, Lucia, filha de James Joyce, foi a inspiração para a protagonista feminina, Anna Livia Plurabelle, de "Finnegan's Wake" (1939), o romance mais obscuro do grande escritor irlandês, segundo uma especialista na sua obra, a professora da universidade norte-americana de Stanford, Carol Schloss.

A pesquisadora agora terá a chance de provar sua teoria graças a um acordo com os herdeiros de Joyce, que aprovaram a citação em sua tese de passagens do romance "Finnegans's Wake" e trechos das cartas entre James e Lucia Joyce, as quais, para Schloss, provariam que a menina, que sofria de problemas mentais, foi a fonte de inspiração para o autor. O material, segundo o acordo, estará disponível apenas nos Estados Unidos.

Scholls havia pedido há 16 anos para utilizar os trechos na fundamentação de sua tese, segundo a qual Lucia --que nasceu em Trieste (Itália) em 1907 e morreu em um manicômio, onde foi reclusa aos 28 anos (1982)-- foi a musa criativa do complicado texto escrito em "fluxo de consciência".

Diante da negativa da família Joyce e de ameaças de processo, Schloss foi obrigada a publicar o volume "Lucia Joyce: To Dance in The Wake" (2003) sem os trechos. A pesquisadora afirma que ao ler as cartas entre pai e filha --e algumas anotações de Joyce, que falam sobre Lucia--, o texto de "Finnegan's Wake" fica muito mais claro. Schloss acredita que a obra seja "um retrato em código de uma verdadeira família" (a de Joyce).

Quando seu ensaio foi destruído pela crítica devido à falta de provas documentais, Schloss denunciou o sobrinho de Joyce, Stephen James Joyce, e o responsável pela fundação que detém os direitos, Sean Sweeney, acusando-os de terem destruído documentos e intimidado os pesquisadores. Agora, sob o novo acordo, a pesquisadora parece agradar a todos, e, espera-se, esclarecerá a obscura obra-prima de Joyce.

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