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28/03/2007
-
12h45
LEONARDO CRUZ
Editor-assistente da Ilustrada da Folha de S.Paulo
Quando entra em uma sala de cinema para ver um documentário, você, caro espectador, assina um contrato com o diretor do filme. É um acordo informal: o cineasta te contará histórias, e você acreditará que aquilo é real, fruto de investigação que envolveu entrevistas e muita pesquisa. Se esse elo de confiança é quebrado, o documentário perde sentido.
A grande pergunta que "Fabricando Polêmica" propõe é: será mesmo tudo verdade? Ao levantar as falcatruas de Michael Moore, os diretores Debbie Melnyk e Rick Caine, no fundo, discutem os limites da ética no documentário e se é lícito forçá-los por uma bandeira.
A dupla prova que Moore omitiu fatos, distorceu informações e criou meias-verdades para tornar seus filmes mais bombásticos e atraentes --fórmula que cativou a mídia e, por tabela, o público.
Com entrevistas, muita pesquisa e uma mentira aqui, outra ali, o diretor ajudou a fomentar na sociedade o debate de temas que mereciam reflexão, como a ação da indústria armamentista americana ("Tiros em Columbine", 2002) e a Guerra ao Terror de Bush ("Fahrenheit 11 de Setembro", 2004).
Mas a defesa de "causas nobres" não torna aceitáveis as manipulações de Michael Moore, e "Fabricando Polêmica" deixa isso bem claro ao apresentar a maior fraude do diretor: a omissão das entrevistas com o presidente da GM em "Roger e Eu" (1989).
"Fabricando Polêmica" adota um tom negativo em relação a Moore desde o início, quando sobrepõe depoimentos contra o diretor. É a única fraqueza do filme, pois joga a platéia de imediato contra o cineasta, algo que a comprovação das fraudes de Moore já faria naturalmente.
Fabricando Polêmica - Desmascarando Michael Moore
Direção: Debbie Melnyk e Rick Caine
Quando: hoje, às 18h, no CCBB (Rio); amanhã, às 19h, no Cinesesc (São Paulo)
Avaliação: bom
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"Fabricando Polêmica" aponta manipulações de Michael Moore
Especial
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Filme com críticas a Michael Moore discute os limites do documentário
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Editor-assistente da Ilustrada da Folha de S.Paulo
Quando entra em uma sala de cinema para ver um documentário, você, caro espectador, assina um contrato com o diretor do filme. É um acordo informal: o cineasta te contará histórias, e você acreditará que aquilo é real, fruto de investigação que envolveu entrevistas e muita pesquisa. Se esse elo de confiança é quebrado, o documentário perde sentido.
A grande pergunta que "Fabricando Polêmica" propõe é: será mesmo tudo verdade? Ao levantar as falcatruas de Michael Moore, os diretores Debbie Melnyk e Rick Caine, no fundo, discutem os limites da ética no documentário e se é lícito forçá-los por uma bandeira.
A dupla prova que Moore omitiu fatos, distorceu informações e criou meias-verdades para tornar seus filmes mais bombásticos e atraentes --fórmula que cativou a mídia e, por tabela, o público.
Com entrevistas, muita pesquisa e uma mentira aqui, outra ali, o diretor ajudou a fomentar na sociedade o debate de temas que mereciam reflexão, como a ação da indústria armamentista americana ("Tiros em Columbine", 2002) e a Guerra ao Terror de Bush ("Fahrenheit 11 de Setembro", 2004).
Mas a defesa de "causas nobres" não torna aceitáveis as manipulações de Michael Moore, e "Fabricando Polêmica" deixa isso bem claro ao apresentar a maior fraude do diretor: a omissão das entrevistas com o presidente da GM em "Roger e Eu" (1989).
"Fabricando Polêmica" adota um tom negativo em relação a Moore desde o início, quando sobrepõe depoimentos contra o diretor. É a única fraqueza do filme, pois joga a platéia de imediato contra o cineasta, algo que a comprovação das fraudes de Moore já faria naturalmente.
Fabricando Polêmica - Desmascarando Michael Moore
Direção: Debbie Melnyk e Rick Caine
Quando: hoje, às 18h, no CCBB (Rio); amanhã, às 19h, no Cinesesc (São Paulo)
Avaliação: bom
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