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30/03/2007
-
09h00
RICARDO CALIL
do Guia da Folha
A começar pelo título, "Ó Paí, Ó" (contração de "olhe para aí, olhe") tem um genuíno DNA baiano. De lá vêm a diretora (Monique Gardenberg), o autor da peça na qual o filme se baseia (Márcio Meirelles), o coordenador da trilha sonora (Caetano Veloso) e a maioria dos atores (muitos deles egressos do Bando de Teatro Olodum, que já havia encenado o texto com sucesso em Salvador).
Essa comédia musical de situações acompanha diversos moradores de um cortiço de um bairro perto do Pelourinho ao longo do último dia de Carnaval baiano. Eles dividem seu tempo entre os problemas do cotidiano, como o corte do fornecimento de água pela dona do imóvel, e o desejo de se jogar na festa.
Mas, apesar do cenário da história e da origem dos envolvidos na produção, "Ó Paí, Ó" tem um olhar para a baianidade que não se diferencia muito do estrangeiro, visto que o filme apóia seu humor em estereótipos culturais, sexuais e religiosos. Há o malandro do bem e o do mal (Wagner Moura), o travesti e a lésbica, a mãe-de-santo e a evangélica etc. Um dos poucos a escapar da caricatura e da tipificação é o pintor e aspirante a cantor interpretado por Lázaro Ramos.
A cor local é dada pelo sotaque dos ótimos atores e pela boa trilha sonora de Caetano Veloso e de outros músicos baianos. Na dramaturgia, porém, estamos em um território de velhos clichês e piadas banais perigosamente próximos ao de produções americanas ou de programas humorísticos de TV.
Além disso, a direção se alterna, de forma esquizofrênica, entre a exaltação turística ao hedonismo baiano e a denúncia social contra as condições de vida (e de morte) dos negros pobres de Salvador.
Depois de mostrar evolução com "Benjamim" (2004), Gardenberg dá um passo atrás em sua carreira com "Ó Paí, Ó".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Wagner Moura
Comédia musical "Ó Paí, Ó" repete velhos clichês
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do Guia da Folha
A começar pelo título, "Ó Paí, Ó" (contração de "olhe para aí, olhe") tem um genuíno DNA baiano. De lá vêm a diretora (Monique Gardenberg), o autor da peça na qual o filme se baseia (Márcio Meirelles), o coordenador da trilha sonora (Caetano Veloso) e a maioria dos atores (muitos deles egressos do Bando de Teatro Olodum, que já havia encenado o texto com sucesso em Salvador).
Divulgação |
"Ó Paí, Ó" (contração de "olhe para aí, olhe") tem genuíno DNA baiano |
Mas, apesar do cenário da história e da origem dos envolvidos na produção, "Ó Paí, Ó" tem um olhar para a baianidade que não se diferencia muito do estrangeiro, visto que o filme apóia seu humor em estereótipos culturais, sexuais e religiosos. Há o malandro do bem e o do mal (Wagner Moura), o travesti e a lésbica, a mãe-de-santo e a evangélica etc. Um dos poucos a escapar da caricatura e da tipificação é o pintor e aspirante a cantor interpretado por Lázaro Ramos.
Divulgação |
Cena do filme "Ó Paí, Ó", estréia nesta sexta |
Além disso, a direção se alterna, de forma esquizofrênica, entre a exaltação turística ao hedonismo baiano e a denúncia social contra as condições de vida (e de morte) dos negros pobres de Salvador.
Depois de mostrar evolução com "Benjamim" (2004), Gardenberg dá um passo atrás em sua carreira com "Ó Paí, Ó".
Especial
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