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01/04/2007 - 12h24

Saiba mais sobre Cézanne, autor de quadros "proibidos" para grávidas

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Colaboração para a Folha Online

Na escola, ele tirava notas altas em quase todas as disciplinas, menos em desenho. Mais tarde, por duas vezes, tentou ingressar na Escola de Belas Artes, mas foi reprovado. Seus quadros foram continuamente rejeitados pelo Salão Oficial de Paris. Os críticos da época zombavam de sua obra, recomendando que as mães grávidas não olhassem para ela, sob pena de terem filhos doentes. Mesmo assim, persistiu. "Eu sou um marco", dizia um convicto Paul Cézanne, um dos pais da arte moderna.

Ao contrário de alguns de seus contemporâneos como Vincent van Gogh e Paul Gauguin, Cézanne sempre teve uma vida confortável e rotineira. Não experimentou a fome e a loucura como van Gogh. Sua vida metódica e reservada esteve bem longe do espírito aventureiro que marcou a trajetória de Gauguin, que renunciou à civilização para viver em uma ilha distante do Pacífico. Mas, apesar disso, Paul Cézanne também foi uma espécie de "maldito" em seu tempo.

Paul Cézanne nasceu em Aix-en-Provence, França, em 1839, filho de um próspero fabricante de chapéus de feltro que se tornou banqueiro em 1847. Estudou em boas escolas e foi colega do futuro escritor Émile Zola, de quem se tornaria amigo íntimo. Por imposição paterna, iniciou o curso de Direito em Aix, mas seu desejo era mesmo estudar pintura na capital francesa.

Com apoio da mãe, dobrou a resistência do pai e passou a freqüentar a Academia Suíça, uma escola de arte de Paris que fazia oposição à tradicional Escola de Belas Artes. Foi quando conheceu, entre outros, Pissarro, Monet, Degas e Renoir, que viriam a fundar o movimento impressionista. Junto com eles, expôs no chamado "Salão dos Recusados", que reunia as obras dos artistas rechaçados pelo Salão Oficial.

Também participou da primeira exposição impressionista, em 1874. Mas mesmo os impressionistas não aceitariam de forma pacífica a obra inovadora de Cézanne. Alvo de chacota por parte da crítica mais conservadora, logo romperia também com os companheiros e seguiria seu próprio caminho. Tinha como objetivo converter, nos quadros que pintava, os objetos da natureza a três formas básicas: o cilindro, a esfera e o cone.

Este rigor geométrico, mais tarde, influenciaria novos artistas e seria responsável, em grande medida, pelo surgimento do cubismo. Mas, até aquele momento, Cézanne havia encontrado apenas a incompreensão da crítica e do público de sua época. O próprio amigo Émile Zola o retratou como um artista fracassado e medíocre, no romance "A Obra", de 1886, cujo protagonista, Claude Lantier, é visivelmente inspirado nele.

Naquele mesmo ano de 1886, o pai de Paul Cézanne morreu e lhe deixou uma grande fortuna. O artista fixou-se então em Aix-en-Provence e casou-se oficialmente com Hortense Fiquet, uma mulher com a qual mantinha um relacionamento de muitos anos e com quem inclusive tinha um filho, Paul. A oposição paterna impedira Cézanne de assumir o romance até aquela data.

Por volta de 1890, a obra de Cézanne finalmente começou a ser compreendida e valorizada. Seus quadros passaram a ser disputados pelas galerias e a fazer parte de grandes exposições internacionais. Vincent van Gogh e Paul Gauguin, junto dos quais Cézanne formará a santíssima trindade do pós-impressionismo, renderam-lhe devotadas homenagens.

Ao contrário desses dois colegas, Paul Cézanne viveu o suficiente para assistir à virada do século 19 para o século 20 --e fará isso já na condição de um dos nomes mais consagrados das artes em todo o mundo.

Em outubro de 1906, foi surpreendido por uma tempestade em Aix, enquanto pintava no campo. Afetado por uma congestão pulmonar, morreu uma semana depois.

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