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11/04/2007 - 10h44

Brasil busca um lugar no festival de cinema em Cannes

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SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo

O norte-americano Martin Scorsese (convidado de honra) e o britânico Stephen Frears (presidente do júri) são os únicos cineastas estrangeiros oficialmente confirmados até agora no 60º Festival de Cannes, no próximo mês de maio.

Divulgação
"Não por Acaso", de Philippe Barcinski, tem Rodrigo Santoro vivendo amor obsessivo
"Não por Acaso", de Philippe Barcinski, tem Rodrigo Santoro vivendo amor obsessivo
Diversos diretores brasileiros tentam incluir seus nomes na lista de competidores à Palma de Ouro, o grande prêmio da mostra. Pelo menos três deles têm boas chances de ser selecionados -Paulo Morelli, com "Cidade dos Homens"; José Padilha, com "Tropa de Elite", e Hector Babenco, com "O Passado", todos inéditos. Mas, pela lógica (geopolítica) da disputa, só deverá haver lugar para um filme do Brasil. Se houver.

A seleção oficial sairá no próximo dia 19. Até lá, montanhas de apostas e especulações serão feitas. A revista "Variety", por exemplo, dá como certa a presença dos norte-americanos "Death Proof", de Quentin Tarantino, vencedor da Palma de Ouro com "Pulp Fiction" (1994) , e "13 Homens e um Novo Segredo", de Steven Soderbergh, ganhador com "Sexo, Mentiras e Videotape" (1989).

Vantagens competitivas

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"Cidade dos Homens", de Paulo Morelli, tem a grife de Fernando Meirelles como produtor
"Cidade dos Homens", de Paulo Morelli, tem a grife de Fernando Meirelles como produtor
A mostra tem, em geral, entre 20 e 22 competidores à Palma. No caso dos aspirantes brasileiros, cada um tem vantagens competitivas, além das qualidades intrínsecas dos filmes.

"Cidade dos Homens" está sendo encarado como uma seqüência de "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, com quem Cannes tem uma "dívida". Em 2002, faltou coragem ao diretor-geral do festival, Gilles Jacob, para escalar na disputa o filme de Meirelles, então um cineasta desconhecido.

"Cidade de Deus" foi exibido fora de competição, e Cannes perdeu a chance de premiar o filme que fez de Meirelles um importante nome no mercado internacional e um divisor de águas em seu país.

Questionado se "Cidade dos Homens" é a oportunidade para Jacob se redimir com ele, Meirelles diz: "Não sei se a culpa do Jacob é suficiente para aceitarem "Cidade dos Homens". O filme está muito bom. Boto mais fé nesta razão".

A O2 Filmes, produtora de Meirelles e Morelli, submeteu ao festival mais dois filmes: "Não Por Acaso", de Philippe Barcinski, e "O Banheiro do Papa", de Cesar Charlone, rodado no Uruguai.

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"O Passado", de Hector Babenco, é uma co-produção entre Brasil e Argentina
"O Passado", de Hector Babenco, é uma co-produção entre Brasil e Argentina
"Não Por Acaso", uma história de amor e perdas, tem o hoje astro internacional Rodrigo Santoro no elenco. É o primeiro longa de Barcinski, que tem o trunfo de haver participado do festival em 2003, com o curta "A Janela Aberta".

Enquanto "Cidade dos Homens" tem na guerra do tráfico no Rio de Janeiro um elemento lateral de sua trama, centrada nos dilemas que o tema da paternidade impõe aos personagens Laranjinha (Darlan Cunha) e Acerola (Douglas Silva), "Tropa de Elite" aborda a questão por um ângulo inusual na ficção brasileira -o da polícia, mais especificamente, o do Bope, o Batalhão de Operações Especiais especializado na repressão ao tráfico nas favelas.

Grife Weinstein

Autor de "Ônibus 174", Padilha é premiado internacionalmente como documentarista. Em "Tropa de Elite", ele tem o suporte, na distribuição, da grife Bob e Harvey Weinstein, os irmãos que se tornaram lendários no mercado internacional à frente do estúdio Miramax.

Hoje, os Weinstein comandam um selo próprio e voltaram ao estilo de produção e marketing arrojados com o projeto "Grindhouse", dirigido por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, com 195 minutos de duração, estreado no último fim de semana nos Estados Unidos.

"Death Proof", que é dado como certo em Cannes, seria uma versão alongada do episódio de Tarantino em "Grindhouse".

Hector Babenco já competiu três vezes em Cannes, sendo a mais recente com "Carandiru", em 2003. Com "O Passado", ele retorna às histórias de amor e à Argentina, onde nasceu, num drama romântico estrelado por Gael García Bernal.

Essa combinação dá ao filme um perfil interessante, por reunir a Argentina, país que se tornou coqueluche nos festivais de cinema europeus, um cineasta brasileiro (sim, Babenco é um cineasta brasileiro) cuja trajetória inclui uma bem-sucedida passagem por Hollywood e o mais disputado jovem ator latino do momento, o mexicano Bernal, revelado em Cannes com "Amores Brutos".

Além de "Cidade dos Homens", "Tropa de Elite", "O Passado" e "Não Por Acaso", outros longas brasileiros estão sendo submetidos por seus produtores à seleção do Festival de Cannes. Mas, nesses casos, a ambição é menor. Tentam uma vaga nas mostras paralelas --Um Certo Olhar, Quinzena dos Realizadores e Semana da Crítica.

Confira os filmes brasileiros que tentam uma vaga na disputa pela Palma de Ouro:

"Cidade dos Homens", de Paulo Morelli
Apresentado como seqüência de "Cidade de Deus" (2002), tem a grife de Fernando Meirelles como produtor e reúne outra vez boa parte da equipe do filme anterior. É uma oportunidade de Cannes se redimir por não ter escalado "Cidade de Deus" em competição

"Tropa de Elite", de José Padilha
A guerra do tráfico no Rio de Janeiro, pelo ponto de vista da polícia. Dirigido pelo premiado e respeitado documentarista José Padilha, que estréia na ficção, é distribuído pelos influentes irmãos Bob e Harvey Weinsten, habitués em Cannes.

"O Passado", de Hector Babenco
É uma co-produção entre Brasil e Argentina, país-coqueluche de festivais, estrelado pelo maior astro jovem latino, o mexicano Gael García Bernal, e com assinatura do respeitado diretor brasileiro Hector Babenco, veterano em Cannes. Narra uma complexa história de amor, baseada no magnífico livro homônimo de Gastón Pauls

"Não por Acaso", de Philippe Barcinski
Rodrigo Santoro, hoje um nome reconhecido internacionalmente, vive um amor triste e obsessivo neste primeiro longa de Barcinski, que já esteve em Cannes com o curta "A Janela Aberta". A seu favor, Barcinski tem ainda a tradição do festival de acompanhar a carreira dos cineastas que revela

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