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16/04/2007 - 14h28

Comentário: Busca pelo riso segura drama de "O Continente Negro"

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LIGIA BRASLAUSKAS
Editora da Folha Online

O espetáculo "O Continente Negro", que estreou neste fim de semana no teatro Faap (SP) e tem em seu elenco dois nomes conhecidos das novelas brasileiras (Débora Falabella e Ângelo Antônio), é uma exposição de neuroses amorosas. Agitada, tensa e, às vezes, confusa, a peça-- que deveria provocar clima pesado e talvez um pouco de mal-estar-- consegue em duas de suas melhores cenas arrancar gargalhadas.

A montagem é baseada no texto do chileno Marco Antonio de La Parra, ensaísta, dramaturgo e psiquiatra cujo conjunto de obras abriga vários trabalhos sobre conflitos amorosos e crises existenciais.

Lenise Pinheiro/Divulgação
Peça tem Débora Falabella e Ângelo Antônio<BR>
Peça tem Débora Falabella e Ângelo Antônio
Débora Falabella é impecável quando interpreta uma jovem de 14 anos que se apaixona por um professor de mais de 40 anos. Ela exibe com maestria o que são os famosos hormônios da adolescência.

Ângelo Antônio divide a outra cena de riso com Yara de Novaes. Em um encontro amoroso relâmpago, ele interpreta um homem casado que está em situação bem delicada após sua mulher descobrir uma de suas traições. Não há novidade, mas a conversa entre os dois desconhecidos --um beberrão gente boa e uma aspirante a popstar que tem consciência de sua falta de fama-- é tão irrelevante que desperta risada da platéia.

Também vale citar a interpretação de Yara de Novaes como uma mulher neurótica e perdida, durante encontro com seu ex-marido. Em cerca de uma hora e meia, os três [Falabella, Antônio e Novaes] interpretam 12 personagens e mudam de roupa com a mesma rapidez com que dão a volta no palco.

A peça tem ainda outros dois pontos que valem ser citados: cenografia (André Cortez) e trilha sonora (Morris Piccioto) --que segura o clima e é fundamental para o espetáculo.

Não é mera coincidência o encontro das mineiras Débora e Yara, que dirigiu uma excelente montagem de "A Serpente", de Nelson Rodrigues, também exibida no teatro Faap e protagonizada pela atriz global, no ano passado. Ambas fazem parte do Grupo 3 de Teatro, responsável pela idealização de "O Continente Negro".

Além delas, faz parte do grupo o diretor de produção do espetáculo, Gabriel Fontes Paiva. A direção da montagem leva a assinatura Aderbal Freire Filho, vencedor do Prêmio Eletrobrás (2006) de melhor espetáculo e melhor direção por "O Púcaro Búlgaro" --homônimo de Campos de Carvalho (1916-1998)--, que estréia em São Paulo nesta sexta (20), no Sesc Anchieta.

"O Continente Negro"
Quando: até 1º de julho
Onde: Teatro Faap
Quanto: sextas e sábados, às 21h (R$ 40 e R$ 50, respectivamente); domingos, às 18h (R$ 50)

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