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05/05/2007 - 13h43

Temas polêmicos dão o tom do 2º dia do festival de curtas de Sergipe

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MÁRCIO DINIZ
da Folha Online, em Aracaju

O segundo dia da mostra competitiva do 7º Festival Luso-Brasileiro de Curtas-Metragens de Sergipe foi marcado pelos problemas que afligem a sociedade moderna e a paixão do povo brasileiro pelo futebol. Aborto, drogas, sexo, depressão, amor e violência sexual contra crianças foram alguns dos temas dos vídeos e dos curtas em 35 mm exibidos nesta sexta-feira.

Divulgação
Cena do curta-metragem "Uma Vida e Outra", exibido no segundo dia do festival Curta-SE
Cena do curta-metragem "Uma Vida e Outra", exibido no segundo dia do festival Curta-SE
A maratona de filmes começou com a exibição dos 20 trabalhos que concorrem na categoria vídeos. Destaque para o documentário "Canto de Cicatriz", de Laís Chaffe, e das animações "A Noite do Vampiros", de Alê Camargo, e o "Jumento Santo e a Cidade Que Se Acabou Antes de Começar", de Willian Paiva e Leonardo Domingues, este último muito aplaudido pelo público presente no auditório do Instituto Luciano Barreto.

"Canto de Cicatriz" aborda a violência sexual contra meninas, tema que é cercado de tabus e pactos de silêncio. O documentário apresenta depoimentos de vítimas, que relatam com detalhes os abusos sofridos.

Inspirado no cinema mudo, a animação "A Noite do Vampiro" conta, de forma bem humorada, a história de um vampiro que tenta dormir e nem percebe que seu fim está próximo. O realizador brinca com os clichês da vida moderna no curta e apresenta de maneira divertida os créditos do trabalho.
Janaína Santos/Divulgação
Público aguarda início da exibição dos curtas que competem na categoria 35 mm<BR>
Público aguarda início da exibição dos curtas que competem na categoria 35 mm

Narrado em forma de cordel, "Jumento Santo" conta a história da criação do mundo em uma linguagem tipicamente nordestina. Os criadores usam a religiosidade e o jumento, animal símbolo do sertão, como fio condutor do curta. Na animação, o jumento Limoeiro, é enviado por Deus à Terra para colocar em ordem a humanidade depois que Adão e Eva comeram o fruto proibido, aqui um caju. Ao invés disso, ele acaba colocando o mundo todo em desordem. O filme também foi muito aplaudido ao fim da exibição.

Dois trabalhos retrataram a paixão que o futebol exerce sobre os homens e os jovens. No primeiro, "Mauro Shampoo", de Paulo Henrique Fontenelle, retrata a carreira do ex-jogador e folclórico cabeleireiro Mauro Shampoo, que alcançou a "fama" como atleta símbolo do Ibis Sport Clube (Pernambuco), apontado pelo "Guiness Book" como "O Pior Time de Futebol do Mundo".

O segundo, "Berlinball", de Anna Azevedo, retrata os sonhos de um grupo de garotos que mora em um bairro pobre de Campina Grande, na Paraíba, de serem jogadores profissionais e atuarem na Alemanha. A motivação desses jovens vem do sucesso que o jogador Marcelinho Paraíba obteve durante sua passagem pelo Herta Berlim, clube da primeira divisão do futebol alemão.

Divulgação
Trecho de "Berlinball", de Anna Azevedo, que concorre na categoria vídeo no festival
Trecho de "Berlinball", de Anna Azevedo, que concorre na categoria vídeo no festival
A noite, foi a vez da segunda parte da mostra competitiva de curtas produzidos em 35 mm --foram exibidas sete produções. O filme "Quando o Tempo Cair", de Selton Melo, abriu o segundo dia. A produção aborda a dura realidade de um aposentado que tenta retornar ao mercado de trabalho depois que seu filho perdeu o emprego e entrou em depressão.

A relação de um casal com drogas e a incerteza da opção sexual e dos sentimentos foram os temas de a "Fúria", de Marcelo Laffite, e "Alguma Coisa Assim", de Esmir Filho, respectivamente. Já a gravidez na adolescência e o aborto foram retratados em "Uma Vida e Outra", de Daniel Aragão.

O longa-metragem "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade, fechou o segundo dia do Curta-SE 7.

Neste sábado, o festival aporta na histórica São Cristóvão --quarta cidade mais antiga do país e a primeira capital de Sergipe. Lá acontece a mostra informativa Comunidade. À noite serão exibidos no Cinemark do shopping Jardins, em Aracaju, os últimos curtas que fazem parte da mostra competitiva de 35 mm.

Mostra sergipana

Oito trabalhos produzidos em Sergipe foram exibidos nesta sexta-feira durante a competitiva Curta os Sergipanos. Os curtas, em sua maioria documentários, abordaram temas como a relação dos portadores de deficiência visual com a música, a situação de uma comunidade quilombola, a degradação dos patrimônios históricos de Aracaju e a dura realidade de quem mora e tira das ruas o seu sustento.

Os curtas selecionados foram "Aquilo que Falta em Mim Não Me Impede de Ser Feliz", "Desjejum", "Estamos na Mussuca", "Epiphanie", "Patrimônios", "Quem Tc?", "Viramundos" e "O Castelo da Angústia".

Premiação

Para a mostra competitiva deste ano foram selecionados 48 trabalhos entre os 486 inscritos. Eles concorrem em três categorias: 20 em 35 mm, 20 em vídeo e oito na Curta os Sergipanos --com trabalhos produzidos no Estado. O Curta-SE vai até domingo, quando serão anunciados os vencedores.

O melhor curta em 35 mm será premiado com R$ 10 mil e o melhor trabalho sergipano com R$ 8 mil. Confira a programação no site www.curtase.org.br.

O jornalista Márcio Diniz viajou a Aracaju a convite da organização do festival

Especial
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