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03/12/2000
-
05h09
CRISTIAN KLEIN, da Folha de S.Paulo
Que autor da Globo poderia inventar uma novela abordando um assunto tão polêmico e atual como a clonagem de seres humanos e ao mesmo tempo retratar a cultura milenar dos muçulmanos? Essa mistura do moderno com o tradicional já virou marca registrada de Glória Perez. A autora está preparando sua próxima trama, que se chamará "O Clone", com estréia prevista para o segundo semestre de 2001. Os ingredientes são parecidos com os de sucessos anteriores como, "Barriga de Aluguel" (90/91) e "Explode Coração" (95/96).
Na primeira novela, havia a disputa judicial por um filho entre a "mãe de sangue" (Cássia Kiss) e a "mãe de aluguel" (Cláudia Abreu). Agora, a genética vai gerar o impasse entre um clone, Léo, jovem de 20 anos, e o homem que lhe deu origem, Lucas, um sujeito de 40. Os atores ainda não foram escolhidos.
"Haverá uma relação de amor e ódio entre os dois personagens. Afinal, que direitos o clone tem sobre a vida do outro, sua matriz?", diz Glória Perez. O conflito, conta a autora, vai parar nos tribunais, como em "Barriga de Aluguel".
Do mesmo jeito que se dedicou ao universo dos ciganos, em "Explode Coração", Glória Perez dessa vez abordará o islamismo. A mulher do personagem Lucas será uma muçulmana, e o começo da novela se dará no Egito. "A questão da clonagem também será retratada pelo ângulo da religiosidade. Afinal, o clone tem alma?", pergunta a autora.
Glória Perez aproveitará a trama para promover uma campanha. Se em "Explode Coração" a campanha foi para encontrar crianças desaparecidas e em "Barriga de Aluguel" foi pela doação de órgãos, agora será contra as drogas. Uma personagem adolescente dará a volta por cima, largando o vício. "Vamos unir outra vez o jornalismo e a ficção", diz. A novelista tem recolhido depoimentos de dependentes pela Internet.
Glória Perez já fez viagens ao Cairo, no Egito, para se aprofundar na cultura islâmica, e à Inglaterra e aos Estados Unidos, para conhecer os processos de clonagem. A autora conversou com cientistas e especialistas em genética e ficou convencida de que a clonagem de seres humanos já é uma realidade.
"A técnica da clonagem é igual para qualquer mamífero. Os cientistas acreditam que já existam muitos clones por aí. Os laboratórios é que não divulgam suas experiências com seres humanos por temerem a reação da sociedade e a perda de verbas para pesquisas."
A novelista lembra que, quando começou a escrever "Barriga de Aluguel", não acreditava que podia existir um caso na vida real. "O debate científico é sempre muito elitizado. Espero que meu trabalho ajude as pessoas a compreender as questões em torno da clonagem de seres humanos e perceber o quanto isso está perto de nós", afirma. "O Clone" será exibida no horário das oito e terá direção de Denise Saraceni.
Trama de Glória Perez une clones e muçulmanos
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Que autor da Globo poderia inventar uma novela abordando um assunto tão polêmico e atual como a clonagem de seres humanos e ao mesmo tempo retratar a cultura milenar dos muçulmanos? Essa mistura do moderno com o tradicional já virou marca registrada de Glória Perez. A autora está preparando sua próxima trama, que se chamará "O Clone", com estréia prevista para o segundo semestre de 2001. Os ingredientes são parecidos com os de sucessos anteriores como, "Barriga de Aluguel" (90/91) e "Explode Coração" (95/96).
Na primeira novela, havia a disputa judicial por um filho entre a "mãe de sangue" (Cássia Kiss) e a "mãe de aluguel" (Cláudia Abreu). Agora, a genética vai gerar o impasse entre um clone, Léo, jovem de 20 anos, e o homem que lhe deu origem, Lucas, um sujeito de 40. Os atores ainda não foram escolhidos.
"Haverá uma relação de amor e ódio entre os dois personagens. Afinal, que direitos o clone tem sobre a vida do outro, sua matriz?", diz Glória Perez. O conflito, conta a autora, vai parar nos tribunais, como em "Barriga de Aluguel".
Do mesmo jeito que se dedicou ao universo dos ciganos, em "Explode Coração", Glória Perez dessa vez abordará o islamismo. A mulher do personagem Lucas será uma muçulmana, e o começo da novela se dará no Egito. "A questão da clonagem também será retratada pelo ângulo da religiosidade. Afinal, o clone tem alma?", pergunta a autora.
Glória Perez aproveitará a trama para promover uma campanha. Se em "Explode Coração" a campanha foi para encontrar crianças desaparecidas e em "Barriga de Aluguel" foi pela doação de órgãos, agora será contra as drogas. Uma personagem adolescente dará a volta por cima, largando o vício. "Vamos unir outra vez o jornalismo e a ficção", diz. A novelista tem recolhido depoimentos de dependentes pela Internet.
Glória Perez já fez viagens ao Cairo, no Egito, para se aprofundar na cultura islâmica, e à Inglaterra e aos Estados Unidos, para conhecer os processos de clonagem. A autora conversou com cientistas e especialistas em genética e ficou convencida de que a clonagem de seres humanos já é uma realidade.
"A técnica da clonagem é igual para qualquer mamífero. Os cientistas acreditam que já existam muitos clones por aí. Os laboratórios é que não divulgam suas experiências com seres humanos por temerem a reação da sociedade e a perda de verbas para pesquisas."
A novelista lembra que, quando começou a escrever "Barriga de Aluguel", não acreditava que podia existir um caso na vida real. "O debate científico é sempre muito elitizado. Espero que meu trabalho ajude as pessoas a compreender as questões em torno da clonagem de seres humanos e perceber o quanto isso está perto de nós", afirma. "O Clone" será exibida no horário das oito e terá direção de Denise Saraceni.
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