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07/12/2000 - 04h18

Sem vocalista, Rage ganha tempo com "Renegades"

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MARCELO VALLETTA, da Folha de S.Paulo

Acaba de sair "Renegades", o quarto disco do grupo norte-americano Rage Against the Machine -e esta é a única afirmação que se pode fazer sobre a banda neste momento. O futuro do RATM é incerto, já que a banda perdeu há pouco mais de um mês o seu membro mais emblemático, o vocalista Zack De La Rocha.

"A decisão foi dele, foi algo que ele teve de fazer. Desejo o melhor para o Zack. Nós temos de seguir em frente, pensar no futuro em vez do passado", disse à Folha, por telefone, de Los Angeles, o baterista Brad Wilk, que completa o Rage com o baixista Tim Commerford e o guitarrista Tom Morello. Quando abandonou o barco, no fim de outubro, De La Rocha afirmou que o "ideal artístico e político" do grupo havia se desvirtuado -a militância política é uma das características mais marcantes da banda.

Mas "Renegades" segue o "ideal artístico e político" do RATM. É um disco que traz 12 regravações -a primeira versão, limitada e não-disponível em edição brasileira, traz duas faixas-bônus ao vivo- de canções de protesto, de autores como Bob Dylan, Bruce Springsteen e alguns grupos de rap (leia crítica abaixo). Mas ficou de fora uma gravação inusitada:
o grupo juntou a letra de "Original Gangster", do NWA -pioneiros do gangsta rap da Costa Oeste dos EUA, com Ice Cube e Dr. Dre- à melodia de "Working Man", faixa do primeiro disco do Rush -trio canadense de rock progressivo.

O álbum, produzido por Rick Rubin -o homem que lançou os Beastie Boys e impulsionou a explosão do Red Hot Chili Peppers-, nasceu por acaso. A banda preparava seu primeiro disco ao vivo e entrou em estúdio para gravar algumas covers e lançá-las como bônus. "De repente, tínhamos 12 músicas. Percebemos que tínhamos um disco nas mãos e que as pessoas prefeririam ouvir material novo em vez de um álbum ao vivo", disse Wilk.

Para promover "Renegades", a banda terá de se apoiar nas entrevistas e na veiculação do videoclipe de "Renegades of Funk" -do pioneiro do rap Afrika Bambaataa-, o primeiro single. "Vamos tentar fazer uns shows, convidando os cantores originais dessas músicas para subir ao palco conosco. Pena que não podemos fazer uma turnê mundial no momento, pois adoraríamos tocar no Brasil", afirma o baterista.

O disco ao vivo, gravado um mês antes da desistência de De La Rocha, deve sair em 2001. "Mas nunca se sabe. Agora que Zack saiu, pode ser uma boa idéia lançarmos uma coletânea de faixas ao vivo, cobrindo o período de 1992 a 2000, em vez de usarmos apenas as duas noites que gravamos em Los Angeles. Mas são apenas planos", conta Wilk.

Por enquanto, os três remanescentes do RATM dizem que estão interessados em promover o novo disco, em vez de começar a procurar por um novo vocalista.

Mas os rumores já correm -o mais divulgado é o de que B-Real, um dos MCs do grupo de rap Cypress Hill -que também tem uma música em "Renegades"-, seria o sucessor de De La Rocha. "Ele é meu amigo, eu o respeito, gosto de seu trabalho, mas nenhuma decisão foi feita. Mas ele tem uma chance", diz o baterista.

Segundo ele, um novo vocalista deve alterar bastante o som do grupo. "Química é tudo. Com um novo integrante na banda, quem sabe o que pode acontecer?", diz.

Uma nova voz pode alterar tanto o som do RATM -uma mistura do peso do metal, do suingue do funk e do canto no estilo do rap- que a banda pode até trocar de nome, a exemplo do que aconteceu com o Stone Temple Pilots, que lançou um disco como Talk Show quando perdeu o vocalista Scott Weiland, agora de volta ao grupo. "Rage Against The Machine é apenas um nome, um nome muito reconhecido. Gostaríamos de mantê-lo, mas o que realmente nos define é nossa música, não nosso nome", conclui.
 

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