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10/12/2000 - 18h31

Globo 'monopoliza` exposição sobre 50 anos da TV

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CLÁUDIA CROITOR
da Folha de S.Paulo

Separe um dia, ou pelo menos uma tarde inteira, para um programa que, à primeira vista, parece trivial: ver TV. Mas esqueça a "Sessão da Tarde", os seriados da Sony ou o "Note e Anote" e faça uma visita à exposição "50 Anos de TV e +", que foi inaugurada na semana passada, na Oca do parque Ibirapuera.

A mostra, fruto de um investimento de mais de R$ 3,5 milhões, de uma parceria entre o portal Globo.com e a Associação Brasil + 500, vale pelo menos umas três horas de visita. Totalmente virtual, a não ser por uma torre formada por aparelhos de TV, a exposição tem quase 12 horas de imagens, transmitidas em telões, no teto, nas paredes e nas janelas.

Logo na entrada, o visitante é saudado por ninguém menos que Cid Moreira, em tamanho natural, projetado em uma das colunas internas da Oca, ao lado de Marisa Orth, Lima Duarte, Xuxa...

No mesmo andar, térreo, está o que a organização da mostra batizou de o presente da TV. Telões mostram imagens captadas por documentaristas e cineastas. Entre os mais bacanas, está o vídeo "TV Zen", de Marcelo Tas, no qual várias personalidades, de Enéas a Eliana, passando pelo pastor R. R. Soares, aparecem "dormindo" - as imagens foram congeladas no momento em que eles piscavam os olhos -, ou o que acompanha a experiência de deficientes visuais que assistem TV com uma espécie de lupa.

Mas a melhor coisa do térreo são as 34 telas instaladas nas janelas da Oca, com transmissões ao vivo de emissoras de vários países. O visitante coloca o fone de ouvido e vai acompanhando, por exemplo, um programa de clipes da TV indiana ou uma novela do Qatar.

No subsolo, vale a pena gastar pelo menos uma hora. Telas em um corredor iluminado com luz negra mostram a história -da TV e pela TV. Cada década, de 1950 até a atual, é retratada em dois telões: em um, são exibidos os fatos mais importantes do período, por meio dos telejornais; no outro, os programas de TV mais marcantes.

Há cenas inesquecíveis para ver ou rever: a inauguração da TV brasileira, em 50, um "Repórter Esso" com uma entrevista com John Kennedy, o 3º Festival da Música Popular Brasileira, de 67, Tarcísio Meira tendo um ataque de suas terríveis dores de cabeça em "Roda de Fogo" ou cenas de "Fogo no Rabo", a versão da saudosa "TV Pirata" para a novela.

Mas o melhor de tudo está no primeiro andar. Além de duas instalações que merecem ser vistas ("Limiar" e "TV Eu"), está no piso a "Emoção Coletiva": projeções em todos os cantos do teto da Oca com os grandes momentos da TV brasileira -ou melhor, da Globo, já que a presença de outras emissoras em toda a mostra é quase nula-, divididos por temas (novelas, jornalismo, esportes, infantis, humorísticos e musicais).

A morte de Lady Di, o acidente de Ayrton Senna, a campanha pelas diretas, a Copa de 70, a chegada do homem à Lua, Nelson Gonçalves cantando em dueto com Lobão, o assassinato de Odete Roittman, Ronald Golias contracenando com Hebe Camargo vestida de Cleópatra. Está tudo lá. É só escolher um tema, sentar em uma das poltronas e ficar até meia hora vendo as cenas de suas novelas preferidas, por exemplo.

O último andar, que trata do futuro, é o menos empolgante, apesar de ter o primeiro e único filme em HDTV (TV de alta definição) do mundo. Cada sessão dura cerca de 15 minutos, e em vez de ficar de pé na fila de espera, vale dar mais uma olhadinha no "Sítio do Picapau Amarelo" ou na Copa de 94.

E, antes de sair, mesmo que você não estiver com vontade, vá ao banheiro. Só para dar uma olhadinha no espelho e ter a surpresa de se ver na TV.
 

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