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12/12/2000 - 04h29

Reina Sofia vira "filial" da Bienal

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da Folha de S.Paulo

Na manhã de segunda, os corredores do museu Reina Sofia pareciam uma sucursal da Bienal de Arte de São Paulo.
Artistas, galeristas, colecionadores, diretores de museus e curadores brasileiros se topavam pelos quatro espaçosos andares do espaço madrileno.

Eles supervisionavam a montagem da mostra, caótica como costumam ser as montagens de grandes mostras.

Em um canto do primeiro andar, Rivane Neuenschwander supervisionava a construção de sua instalação: três grandes superfícies de fitas adesivas brancas, nas quais vai se acumulando a sujeira do ambiente.

No mesmo corredor, passava um preocupado Iran do Espírito Santo. "Algumas de minhas obras ainda não chegaram", disse o artista, que tem trabalhos em três segmentos da exposição.

"Você viu meu quadro? Acho que ainda não chegou", perguntava a artista Beatriz Milhazes, ao lado da crítica de arte Ana Maria Belluzzo e do diretor do Museu Lasar Segall, Marcelo Araújo, que veio trazer para a mostra a célebre obra "Navio de Emigrantes", de Segall. Mais tranquilo estava Cildo Meireles. O artista trouxe uma de suas principais obras no próprio bolso. É uma réplica de sua obra do final dos anos 60 "Cruzeiro do Sul", cubo de madeira de nove milímetros de aresta.

"Trouxe para esta mostra o meu menor e o meu maior trabalho", conta o artista. O "maior" em questão é a instalação "Através", feita predominantemente de vidro. O trabalho, que só foi montado uma vez, em 1989, na Bélgica, será instalado no Palácio de Cristal. "É a coisa mais bonita que você pode ver", expressou a galerista Luisa Strina, sob protestos de Cildo: "Não exagere".

Um entusiasmo semelhante ao de Strina estava espelhado no rosto de Adolpho Leirner. Um dos principais colecionadores de arte do Brasil, sobretudo de arte concreta dos anos 50 e 60, Leirner passeava pela exposição repetindo em voz baixa e pausada: "Que beleza".

O colecionador cedeu boa parte das obras brasileiras do módulo "Heterotopias", entre elas trabalhos de Helio Oiticica, Mira Schendel e Hércules Barsotti. "Olha que beleza fica esse Barsotti ao lado desse Fontana", exprimia o curador Hector Oléa, apontando a obra do concretista brasileiro e do ítalo-argentino Lucio Fontana, famoso por trabalhos que questionam a bidimensionalidade das telas por meio de cortes em sua superfície.

Videoarte
Além da exposição "Versiones del Sur", os brasileiros também conquistaram espaço em outra área da programação do museu Reina Sofia.
Será inaugurada na próxima quinta-feira uma retrospectiva abrangente da obra do videoartista gaúcho Rafael França.

Até o final de janeiro de 2001 serão exibidos oito trabalhos de videoarte feitos por França, que morreu aos 34 anos, vítima da Aids.

A retrospectiva, organizada pela brasileira Berta Sichel, chefe do departamento de obras de arte audiovisuais do museu, mostra desde "Du Vain Combat", de 1983, até a obra-testamento de França: "Prelúdio para
uma Morte Anunciada", feita alguns meses antes de sua morte, em 1991.
(CEM)
 

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