19/12/2000 - 04h02

Groove para ouvir sentado

da Folha de S.Paulo

Soa besta dizer, mas não tem jeito. Maturidade é o estado de espírito que vem grudado neste novo Fatboy Slim. Críticas foram escritas amaldiçoando este novo disco exatamente por causa do adjetivo "maduro". Textos enalteceram essa qualidade agora inerente ao quarentão DJ inglês
Norman Cook.

Fatboy Slim, mostra "Halfway...", não faz mais discos dos quais todas as faixas se apoderam de corpos alheios e os levam às pistas. Acredite, Fatboy Slim já dá para ouvir sentado ou namorando. O groove é o mesmo.

Claro, não dá para controlar o esqueleto na hora das bombásticas "Sham 69", "Ya Mama" e "Retox". Quase não dá saudade de "Rockafeller Skank".

Mas Fatboy Slim está mais maduro (não falei?). Põe sua eletrônica na direção do soul, resvala no funk de Bootsy Collins ("Weapon of Choice"), tira Macy Gray do R&B ("Demons" e "Love Life"). E joga todo mundo no sofá para "receber" a visita do fantasma de Jim Morrison (Doors)
em "Sunset (Bird of Pray)". Fatboy Slim ainda faz suar, mas agora também oferece descanso.
(LR)

Halfway between the Gutter and the Stars
Artista: Fatboy Slim
Lançamento: Sony
Quanto: R$ 20 (em média)