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24/12/2000 - 09h27

Veja a lista dos "fracassos" da TV em 2000

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CLÁUDIA CROITOR
da Folha de S.Paulo

Não foi todo mundo que, durante este ano, conseguiu destaque na programação televisiva parecido com "No Limite". O "reality show" da Globo bateu recordes de audiência e chegou a criar celebridades instantâneas. Mas muitos programas e artistas não se deram nada bem: perderam o posto de líder de audiência, a boa reputação ou até foram tirados do ar. Confira a seguir uma lista de quem afundou na TV em 2000.

Garotas do Programa -

Foi talvez o maior fracasso da TV este ano. Anunciado como uma grande promessa de humor na Globo, já que foi criado sob a supervisão da turma do "Casseta & Planeta, Urgente" -o principal humorístico da emissora-, o programa não agradou nem à crítica nem aos telespectadores. Até os bons nomes do elenco, como Marília Pêra, Zezé Polessa, Drica Moraes e Betty Gofman, sucumbiram frente às piadas, geralmente sem graça e superestereotipadas. Com a desculpa de falta de espaço na grade de programação devido ao horário eleitoral, o programa foi tirado do ar em agosto para não mais voltar.

Muvuca -

Nem a ajuda de colegas como Pedro Cardoso e Marcelo Tas, escalados para tentar tirar o programa do aperto, conseguiu salvar o "Muvuca".

O programa de Regina Casé, que estava sendo apresentado às terças -para tentar levar um pouco da audiência do "Casseta & Planeta"-, não resistiu ao investimento de cerca de US$ 200 milhões do SBT na compra de um pacote de filmes e passou a perder sistematicamente para o concorrente, amargando placares como 33 a 15 pontos no Ibope (cada ponto equivale a 80 mil telespectadores na Grande São Paulo). Também saiu do ar em agosto, sob a mesma desculpa.

Aquarela do Brasil -

A macrossérie da Globo estreou para tentar reconquistar a audiência no horário de "Muvuca" e "Garotas do Programa", mas foi outra que afundou.

Os motivos apontados foram vários, como (novamente) a concorrência com os filmes do SBT, o duelo com as transmissões de futebol e o ritmo arrastado da trama. O fato é que a série, que contava com boa parte do elenco da consagrada novela "Terra Nostra", não chegou perto dos 30 a 35 pontos de audiência esperados pela emissora.

Domingão do Faustão -

O "inferno astral" do apresentador Fausto Silva começou em maio e até agora não teve fim: há quase sete meses o "Domingão" apanha semanalmente do "Domingo Legal" na guerra pela audiência. E nenhuma das artimanhas usadas pela equipe de Faustão para derrotar Gugu tem dado resultado: programas gravados, astros globais, cantores e grupos musicais de grande apelo popular, remanescentes de "No Limite" e até uma nova versão do "reality show", "Sufoco", também não conseguiu tirar Faustão do aperto.

Futebol -

Outra vez, são muitas as justificativas encontradas para o fracasso daquilo que sempre foi um trunfo da Globo: o fiasco da seleção olímpica em Sydney, campeonatos mal organizados, como a Copa João Havelange, mau desempenho dos grandes times, escândalos e CPIs na Câmara e no Senado. A emissora, que investiu cerca de R$ 110 milhões nas transmissões de futebol neste ano, foi protagonista de um fato inédito: amargou sucessivas derrotas no Ibope nesse quesito, com uma queda significativa de audiência em 2000 -uma "fuga" de cerca de 240 mil espectadores só na Grande São Paulo.

Programação infantil da Globo -

Após vários meses de adiamento, "Bambuluá com Angélica", o novo infantil da emissora, estreou em outubro sem corresponder às expectativas da direção: não conseguiu destronar os infalíveis desenhos japoneses, exibidos pela concorrente Eliana, na Record.

Mais Você -

O programa da loira Ana Maria Braga e do Louro José, que vinha perdendo para o veterano "Chaves" quando era exibido à tarde, passou a ocupar uma parte das manhãs da Globo, mas nem assim conseguiu consolidar sua audiência: continua perdendo ou empatando com os desenhos do SBT, oscilando de 6 a 9 pontos no Ibope. A atração, agora sob o comando de Marlene Matos, vai tirar férias em janeiro e deve voltar reformulada em fevereiro ou março.

Festival da Música Brasileira -

Sem revelar grande coisa em matéria de "novos talentos" da música brasileira, o tão anunciado festival da Globo foi um festival de desencontros. Músicas que não agradaram muito à crítica nem ao público, surpresa na escolha do primeiro colocado -que chegou a ser vaiado pela platéia-, repórteres esforçados tentando arrancar uma animação quase inexistente dos espectadores e uma média de audiência que oscilou em torno dos 17 pontos no Ibope, bem distante das previsões da emissora, que contava com 25 pontos.

Programa Livre -

A atração do SBT que ficou conhecida por ser um espaço na TV onde os jovens entrevistavam personalidades como políticos e artistas e debatiam com eles temas muitas vezes polêmicos hoje não é nem sombra disso.

Depois da saída de Serginho Groisman do comando do programa, em 99, a atração, que hoje é apresentada pela ex-MTV Ana Bárbara Xavier, a Babi, não ocupa mais as tardes da emissora, e sim as madrugadas -vai ao ar por volta da 0h30. Além de, atualmente, ter no bloco voltado à sexualidade sua grande atração, o programa perdeu muito de sua credibilidade. Em maio deste ano, reportagem do TV Folha revelou que grande parte das perguntas que são feitas pelos adolescentes aos convidados são sugeridas pela própria produção, que chega a distribuir para a platéia tiras de papel com o que deve ser perguntado.

Novelas na Record -

Foram a grande aposta de 2000 da emissora, que investiu bastante para criar um horário para suas próprias produções, abandonando a exibição dos tradicionais folhetins mexicanos. Mas "Marcas da Paixão", a primeira produção feita inteiramente pela Record, não teve êxito, obtendo médias pouco superiores a seis pontos de audiência.

Tiazinha -

A personagem de Suzana Alves, que já foi a sensação do programa "H" (atual "Superpositivo") e chegou a ganhar da Bandeirantes uma atração própria no ano passado -"As Aventuras de Tiazinha"-, não conseguiu emplacar na emissora: seu programa, que mal chegava aos dois pontos no Ibope, foi extinto em maio e, desde então, a "atriz" experimenta uma longa "geladeira" que está prestes a chegar ao fim. Seu contrato vence no próximo dia 31; resta saber se alguma outra emissora tem interesse em contratá-la.

Território Livre -

Outra tentativa da Bandeirantes para levantar a audiência de seus finais de tarde, o programa, na linha dos "reality shows", tinha o trunfo de ser apresentado pela ex-VJ da MTV Sabrina Parlatore. Mas nada disso adiantou. A atração também oscila entre um e dois pontos no Ibope, e nem a presença de convidados no programa conseguiu mudar esse quadro. Para 2001, a emissora estuda algumas reformulações na atração na esperança de aumentar a audiência.

Chico Anysio -

O comediante, que após cinco décadas de carreira -e muitos anos brilhando como principal humorista da Globo- tinha de se contentar com participações em "Gente Inocente" e com um quadro no "Zorra Total", foi suspenso por tempo indeterminado da emissora depois de criticar sua direção em uma entrevista à revista "IstoÉ", em outubro.

Astrid -

A apresentadora, outra egressa da MTV, viu seu "Programaço", da Bandeirantes, sair do ar em 99 e passou o ano 2000 esperando por uma nova atração na emissora. Enquanto isso, fez a cobertura do Carnaval para o canal e cobriu as férias da apresentadora Sílvia Poppovic, no programa que leva seu nome. Em janeiro, finalmente ganha sua própria atração, "TV Babado", só que no Canal 21.

CNT -

Fora da Grande São Paulo desde que rompeu com a TV Gazeta, em junho, a emissora de Curitiba, que pertence ao deputado federal José Carlos Martinez (PTB-PR), passou a operar de forma precária e provisória no canal 26, em UHF. O Ministério das Comunicações autorizou a CNT a usar provisoriamente o canal, que estava fora do ar.

Ética -

Mais uma vez a tão falada ética que supostamente existe entre as emissoras de TV foi deixada de lado. E a vilã do ano foi a Record. Primeiro, promoveu a guerra das panelas: de repente, demitiu Cátia Fonseca do vespertino "Note & Anote" e colocou em seu lugar Claudete Troiano, tirada da Gazeta. Depois, foi a vez de Adriane Galisteu, que rescindiu seu contrato com a Rede TV!, na qual apresentava o "Superpop", para ter um programa no mesmo horário na Record. O "Superpop" quase nem sentiu a perda, mantendo a mesma média de audiência sem a loira. Quem se deu mal foi seu namorado, Rogério Gallo, então superintendente artístico da Rede TV!, que, acusado de trair os ex-patrões por esconder a transferência de Galisteu, foi demitido.
 

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