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01/01/2001 - 05h36

Pacote pontua carreira do eterno rei Elvis

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PAULO CAVALCANTI, da Folha de S.Paulo

De tempos em tempos, a BMG solta generosos pacotes de relançamentos de Elvis Presley, seu astro de maior vendagem. Agora, mais uma fornada: 14 CDs inéditos por aqui, sem unidade estética ou preocupação cronológica, mas que marcam momentos-chave da trajetória de Elvis.

Para os que querem investigar do primeiro ao último hit de Elvis, a pedida é a série Golden Records. Os cinco volumes saíram originalmente em vinil e agora reaparecem com livreto e faixas-bônus.

O primeiro engloba o período 56-57, quando Elvis explodiu comercialmente e definiu o conceito de rock star. Com 20 faixas, o CD traz alguns dos maiores clássicos dos primórdios do rock ("Blue Suede
Shoes", "Heartbreak Hotel", "All Shook Up", "Jailhouse Rock") e baladas como "Love me Tender" e "Loving You".

Já o número 2 ficou famoso pela capa, com Elvis em seu legendário terno dourado. Tem sucessos de 58-59, alguns lançados quando Elvis esteve no Exército -como "Don't", "One Night", "A Fool Such as I" e "King Creole".

Os volumes 3 e 4 dão uma geral nos 60, tidos por muitos como pouco
significativos. Uma visão equivocada: Elvis diversificou, indo a Nashville para elaborar um som mais suave e depurado.

O cantor resgatou canções ancestrais como "Are You Lonesome Tonight" (de 1926, gravada por Al Jolson) e flertou com estilos como country pop ("She's Not You", "Good Luck Charm") e até gospel ("Crying in the Chapel").

Foi um dos primeiros a notar que a canção napolitana era excelente matéria-prima para hits pop; vide "It's Now or Never" (baseada em "O Sole Mio") e "Surrender" (que tem a melodia emprestada de "Torna a Sorrento").

O quinto volume é um apanhado do Elvis do fim dos 60 e começo dos 70, destacando "Burning Love", "In the Ghetto", "Suspicious Minds" e "Moody Blue".

Canção de protesto
Elvis passou os anos 60 fazendo filmes B. Seu renascimento aconteceu no final de 68, quando apareceu num especial de TV da NBC. Chamado "The Comeback Special", o show mostrou Elvis em plena forma, vestido de couro, o eterno Rei. A trilha do especial está no pacote. Além de hits, Elvis mostrou novas criações como "Memories" e "If I Can Dream", poderosa canção de protesto.

Seu próximo passo foi conquistar novamente o mundo do disco. Em 69, gravou novamente em Memphis, cidade onde foi criado e, então, uma meca do pop americano, principalmente por causa dos American Studios, frequentados por Neil Diamond, Dusty Springfield, Box Tops e outros.

As gravações realizadas ali estão em "Suspicious Minds", CD duplo com muito material inédito. Da mesma forma que Roberto Carlos aqui, Elvis entrava de cabeça na soul music. Canta com intensidade e paixão "Any Day Now" (de Burt Bacharach), "Only the Strong Survive" e "Inherit the Wind". A canção-título do disco se tornou uma das marcas registradas do Rei do Rock.

Elvis também não escapou do "disco conceitual", praga nos 70. Em 71 saiu "Elvis Country", uma jornada nostálgica em que revisitava músicas que fizeram parte de sua formação musical, como "Little Cabin on the Hill", "Faded Love" e "Tomorrow Never Comes".

Até a capa é evocativa, com a primeira foto de Elvis, aos 2 anos. Em 72, foi a vez de "Elvis Now", um de seus discos que mais venderam aqui, puxado por "Sylvia".

O Rei do Rock dedicou boa parte de seu tempo nos anos 70 às apresentações ao vivo. Três CDs focalizam esta fase.

"On Stage" saiu em 70 com registros de sua volta triunfal em Las Vegas. "As Recorded at Madison Square Garden", como diz o título, mostra Elvis, em 72, no famoso palco nova-iorquino. E se você não podia ir até Elvis, ele ia até você. Como em 73, com "Aloha from Hawaii": Elvis foi até as ilhas e o show alcançou mais de um bilhão de pessoas, via satélite.

Muitos têm na cabeça a caricatura de Elvis gordo, em macacões bizarros e suando por todos os poros. Esta trágica fase está em "Moody Blue" e "In Concert".

Último disco lançado em vida, "Moody Blue" é uma colcha de retalhos de gravações em estúdio e alguns registros ao vivo.

"In Concert" é a trilha de um especial que fez para a TV CBS em junho de 77, dois meses antes de morrer. Ofegante, erra as letras, mas tenta agradar. Estraga propositalmente, de forma cruel, a romântica "Are You Lonesome Tonight". Em "My Way", quando canta "agora que o fim está próximo e eu encaro a última cortina", praticamente avisava que estava mesmo deixando o prédio, como anunciava o final de seus discos ao vivo.
 

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