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17/01/2001 - 12h45

"Forrozeiros" decretam o ritmo do Carnaval em 2001

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MILENA ANDRADE
do Agora São Paulo

Nem samba, nem axé, o ritmo do Carnaval de 2001 será o forró. Isso é o que aponta a trilha sonora das praias e danceterias do Rio e de São Paulo neste verão.

"Para mim, não se trata de moda! O forró existe há cem anos. Acho que tem tudo a ver com praia e calor", diz Tato, do grupo Falamansa, que começou uma turnê pela Bahia esta semana.

Se no ano passado o forró dava pistas de sua popularidade com a adesão dos jovens, neste ano, o trio elétrico vai ter de abrir alas para a sanfona, a zabumba e o triângulo. É assim que pensa a estudante Carla Soares, que prefere o som forte do forró ao axé music. "Esse vai ser o hit do Carnaval. Estamos cansados de ouvir a mesma coisa", diz.

Se o estilo veio mesmo para ficar não se sabe, mas a frequência das casas noturnas do gênero só tem crescido. O KVA, por exemplo, fechava suas portas na época das férias e agora está funcionando diariamente, atingindo um público de 2.000 pessoas por noite. O mesmo tem acontecido na danceteria Danado de Bom, que também vai funcionar em alguns dias durante o Carnaval.

No Rio de Janeiro estão acontecendo bailes pré-carnavalescos regados ao ritmo nordestino. "Achei que a gente ia descansar no Carnaval, mas o forró está correndo solto na praia", diz Nazaré, integrante do grupo Baião de Quatro, que lança o primeiro CD em fevereiro. Além de São Paulo, a banda vai tocar no Paraná e em Santa Catarina.

Para Frank Aguiar, o fenômeno não causou tanta surpresa. "Não sei como as pessoas nunca fizeram essa associação do forró com sol, mar, sensualidade e a alegria do Carnaval", disse o cantor, muito animado com o "movimento" que vem acontecendo em São Paulo.

Ânimo é o que não falta nesse meio.Os garotos do Rastapé estão felizes da vida pela turnê em Minas Gerais, Rio e capitais nordestinas. O Falamansa vai um pouco mais longe e leva o som da sanfona aos Estados Unidos, onde se apresenta no Carnaval.

Para Tato, do grupo Falamansa, isso é o começo de um novo conceito de música. "Esse movimento vai fazer os jovens daqui e também de outros países ouvirem a autêntica música brasileira", conclui otimista.

Veteranos -

O surgimento de novos forrozeiros é comemorado por artistas como Dominguinhos. "É por causa desses jovens que a música está se espalhando tanto de novo", diz.

O cantor e compositor acha que não existem modismos. Prova disso é que ele nunca deixou de trabalhar nos carnavais e subiu diversas vezes no trio elétrico com o mestre Luiz Gonzaga.

"Fizemos um 'carnaforró' em Salvador durante três anos, não me admira que isso esteja voltando", falou o músico, que se diz ansioso para tocar na capital paulista.
Dominguinhos também já uniu o baião à musicalidade de Caetano e Gilberto Gil no Carnaval baiano. Gil se rendeu novamente aos encantos do ritmo no seu disco com a trilha sonora do filme "Eu Tu Eles".

Outro veterano que resolveu investir no movimento é Moraes Moreira, que em 2000 gravou um álbum só com músicas de forró, inclusive com participações de grupos que estão começando.

Foi com a banda carioca Forróçacana que Moraes Moreira regravou o hit "Sintonia". Para Afonso Carvalho, produtor da banda, esse tipo de apoio é muito importante. "A parceria dos mestres do forró tem nos ajudado muito a superar os preconceitos com o estilo e a fortificar o movimento", afirma.
 

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