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22/01/2001 - 04h29

Guitarrista faz do Palco Mundo sua garagem

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da Folha de S.Paulo

Se depender de gente como o distinto senhor canadense Neil Young, um jeca do mato que é também um dos dois maiores guitarristas (vivos) do mundo, o rock'n'roll nunca vai acabar.

Dar quatro estrelas para o show do "guitar hero" canadense no Rock in Rio, na madrugada de domingo, ainda mais acompanhado por sua banda de fé Crazy Horse, é chover no molhado.

Vale discutir se Young não deveria ter sido escalado para a noite de abertura do festival, uma vez que seu rock'n'roll é básico, sem firulas
e remete ao início de tudo.

Ou se o velho Young e seus cavalos loucos não deveriam estar na noite teen, dada a invejável energia juvenil ao mostrar que estão brincando de tocar.

Neil Young na noite do metal? Não! ("Se eu me sinto um "guitar hero'? Mas eu toco mais devagar do que o mais devagar guitarrista do Iron Maiden", disse em entrevista antes do show.)

Então tudo bem. Depois dos shows dos inofensivos Dave Matthews e Sheryl Crow. Som extremamente sujo (porém baixo), Neil Young e comparsas (Ralph Molina, baterista; Billy Talbot, baixista; e Poncho Sampedro, guitarrista) começam rasgando, com a bela "Sedan Delivery" e a imortal "Hey Hey My My".

Os veteranos roqueiros ocupavam um quarto do enorme espaço a que tinham direito, construindo ali no Palco Mundo uma pequena garagem ou um bar onde o show era para eles mesmos e para poucos amigos, no caso, a menor platéia do festival, até agora. Entre um drinque e outro, ou melhor, entre uma música e outra, Neil Young tirava da guitarra capítulos da história do rock. As viajantes "Fuckin Up" e "Cortez the Killer" saíram quase inteiras sem os músicos nem sequer olhar para a platéia.
Brilhantes.

Young só queria distorção. "Like a Hurricane" e a maravilhosa "Rockin" in the Free World" foram embaladas por uma barulheira colossal. E ainda haveria duas voltas de Young e os cavalos loucos. O público se esgoelava pedindo bis. E ele voltou com comoventes versões
de "Powderfinger", "Down the River" e "Welfare Mothers". E com mais barulho.

Tanto o rock'n'roll que emanava do palco como os pedidos de bis do público emocionavam pela sinceridade. Demorou 35 anos para Young vir. Vai saber quando ele vai voltar, se é que vai.
(LÚCIO RIBEIRO)

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