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22/01/2001 - 04h42

Paris apresenta panorama da vida e da obra da atriz Sarah Berhnardt

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da Folha de S.Paulo

Além de dar nome a bar, praça e rua de Paris, a atriz Sarah Berhnardt (1844-1923) pode agora ser revisitada na Biblioteca Nacional da França, que exibe até 4 de fevereiro uma ampla exposição com sua memorabilia.

A mostra "Sarah Bernhardt ou le Divin Mensonge" (Sarah Bernhardt ou a Divina Mentira) ilustra bem por que a atriz é considerada até hoje um dos maiores ícones do teatro francês. Entre objetos pessoais, cartas, figurinos, quadros, esculturas, fotografias e gravações da voz da atriz em cena, o visitante consegue ter um panorama da vida da "Voz de Ouro", apelido que Sarah ganhou da crítica teatral da época.

A exposição mostra ainda facetas menos conhecidas da atriz: estão em exibição esculturas em bronze e telas pintadas por ela.

"A idéia era mostrar a Sarah Berhnardt como um símbolo universal do teatro, que é realmente o seu significado", diz a curadora da exposição, Noel Guibert. Segundo Noel, essa é de longe a maior mostra já dedicada à atriz.

Formada na Comédie-Française, Sarah tinha como autores preferidos
Alexandre Dumas e Victor Hugo, este último um de seus maiores admiradores. O autor de "Os Miseráveis" chegou a pintar um retrato em óleo da atriz. O quadro, assinado pelo dramaturgo, está em exposição na Biblioteca Nacional.

A mostra só falha em não ter incluído entre os quase 200 objetos em exposição trechos da atriz em cena -ela participou de filmes franceses e norte-americanos. De acordo com a curadora, faltou espaço para montar uma sala de exibição.

Mecanismo de atuar
Como a própria atriz costumava definir, sua profissão estava tão relacionada à sua vida pessoal que era difícil separar as duas coisas. "Já me perguntaram quantas horas por dia eu ensaio", diz a atriz em uma das cartas reunidas na mostra. "Nunca ensaio um papel. Ensaio o mecanismo de atuar constantemente."

Outro pensamento, inscrito num diário, fala mais sobre a técnica de representar:

"Aprendo todas as palavras do texto. Mastigo e trituro as frases à exaustão. Uma vez que sei meu texto perfeitamente, esqueço as palavras.
E aprendo a ter dor, paixão ou alegria durante as apresentações. É preciso aprender em frente do público. É preciso deixar que exista uma osmose entre o palco e a platéia", defendia a atriz.

"Sarah enxergava no teatro uma forma de reabilitação moral para a sociedade", explica a curadora da mostra.

Nos palcos, Sarah representou uma lista de personagens célebres da história da dramaturgia mundial, entre eles Lady Macbeth, Joana D'Arc, Cleópatra e Teodora. Mas os dois personagens mais representados por ela ao longo de sua extensa carreira foram a Dama das Camélias e Fedra. Sarah também representou personagens masculinos, como Hamlet.

Depois de ter acumulado experiência na Comédie-Française, a atriz montou sua própria companhia de teatro, com a qual excursionou pelo mundo -o grupo passou pela América do Sul, inclusive pelo Brasil, entre 1891 e 1893.

A atriz, mãe de apenas um filho, Maurice, teve sua vida recontada por uma de suas netas, Lysiane, na biografia "Sarah Berhnardt, Minha Avó". (CLAUDIA ASSEF)

Exposição: Sarah Berhnardt ou le Divin Mensonge
Onde: Biblioteca Nacional da França (58, rue Richelieu, tel. 00/xx/33/1/4703-8126, Paris)
 

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