Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/01/2001 - 05h35

Curitiba se rende ao Fringe com cem peças

Publicidade

VALMIR SANTOS, da Folha de S.Paulo

Em 99, eram 31 peças. No ano passado, 46. Agora, serão cerca de cem espetáculos. O Fringe, ou "franja", em inglês, mais do que dobrará sua participação na décima edição do Festival de Teatro de Curitiba, que acontece de 22 de março a 1º de abril.

Guardadas as proporções, a capital paranaense assume o arremedo de Edimburgo, a cidade escocesa que abriga o maior festival de teatro "off off" do planeta (título conferido pelo livro "Guinness"), com cerca de 600 grupos e 16 mil apresentações.

Lá, a mostra paralela é batizada de Fringe e dominada por espetáculos considerados experimentais, encenados sobretudo em espaços não-convencionais.

O diretor-geral do evento, Victor Aronis, 43, admite que o Fringe roubará a cena. "Com a marca da diversidade e quantidade, a programação paralela é o espaço das montagens descompromissadas, alternativas, que arriscam mais, que estão livres para fazer vanguarda", diz Aronis.

Cada participante do Fringe, a maioria independente, paga taxa de R$ 30 ou R$ 50 por apresentação, dispõe de infra-estrutura mínima e fica com 80% da bilheteria. As montagens da mostra oficial recebem cachê de R$ 2.000 a R$ 10 mil e têm os custos da produção local bancados pelo evento.

A centena de peças do Fringe deste ano foi pinçada entre 300 inscrições. Há representantes de vários Estados, inclusive do exterior.

"Nos últimos anos, a mostra oficial tornou-se um peso de
responsabilidade muito grande. Uma estréia em Curitiba, a vitrine do país, pode significar ascensão ou queda, tamanha a expectativa que gera no público e na crítica", afirma o diretor, um dos sócios da Calvin Entretenimento, empresa que também organiza o Festival de Dança de Joinville (SC).

O pacote de estréias nacionais, outrora chamariz, deixou de ser prioridade. Das oito peças confirmadas na grade oficial até ontem (serão 16 ao todo), apenas duas vêm a público pela primeira vez.

Ambas são produções paulistas. "Copenhagen", do inglês Michael Frayn, com direção de Marco Antônio Rodrigues, premiada em Londres e Nova York, joga luz sobre os bastidores da descoberta da física quântica.

A outra peça inédita é "Abajur Lilás", de Plínio Marcos (1935-1999), com encenação de Sérgio Ferrara e interpretada por Esther Góes, Magali Biff e outros.

Minas e Bahia
Foram escalados, ainda, "Um Trem Chamado Desejo", musical do grupo mineiro Galpão, com dramaturgia de Luís Alberto de Abreu e direção de Chico Pelúcio; e "Volpone", comédia clássica do inglês Ben Jonson, com o Núcleo do Teatro Castro Alves, dirigido por Fernando Guerreiro (de "Idiotas Que Falam Outra Língua", destaque do Fringe em 99).

Recém-estreada em São Paulo, "SubUrbia", primeiro texto do americano Eric Bogosian encenado no país, sob direção de Francisco Medeiros, também está na mostra oficial. A Boa Companhia, formada por alunos do Departamento de Artes Cênicas da Unicamp, de Campinas (SP), leva "Primus", baseado em "Comunicado para uma Academia" (1917), do escritor tcheco Franz Kafka, com direção de Verônica Fabrini.

Brasília apresenta "Felizes para Sempre", do irlandês Samuel Beckett dirigido pelos irmãos Eduardo e Fernando Guimarães e estrelado por Vera Holtz.

Além da mostra oficial e do Fringe, a programação do festival concentra-se na mostra infantil e em eventos especiais. Este ano, por exemplo, a rua 15 de Novembro (o calçadão na região central) será incorporada como a "rua do festival" e abrigará performances e espetáculos de rua.

O orçamento de 2001 do FTC é o mesmo do ano passado, cerca de R$ 1,5 milhão. Foi estabilizado depois da queda nos últimos anos (R$ 3 milhões em 98, R$ 2 milhões em 99). Entre os patrocinadores, estão a Prefeitura de Curitiba, governo do Paraná e Tim Celulares.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página