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27/01/2001 - 04h10

Disputa está embolada em Sundance

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SÉRGIO DÁVILA, da Folha de S.Paulo

O Festival de Cinema de Sundance chega a seu último dia com a disputa dramática embolada no meio-de-campo.
Não porque tenha apresentado muitos filmes bons, como seria desejável, mas pela qualidade apenas média (medíocre não seria de todo injusto) dos títulos elencados.

Entre os 16 competidores do mais importante encontro de cineastas independentes do mundo, a ópera-rock "Hedwig and the Angry Inch" é mesmo a campeã de citações na mídia e de comparecimento do público.

Mas os candidatos mais sérios ao Grande Prêmio são o delicado "The Deep End" (relação mãe e filho), o feminista "The Business of Strangers" (um "Na Companhia de Homens" em uma versão "Thelma & Louise") e o engajado "Macarthur Park" (drogas entre mendigos).

"Green Dragon", do estreante Timothy Linh Bui, é a reserva sentimental do festival, assim como "Memento", de Christopher Nolan, é a pop.

Podem surpreender (incrível como a terminologia de previsão de premiação de festivais é parecida com a dos boletins de corrida de cavalos).

Documentários
Já na competição documental, o saldo geral é mais positivo. Há pelo menos quatro ótimos títulos, "Chain Camera" liderando.

Essa é a experiência radical de Kirby Dick, que deu dez câmeras para que dez estudantes de colégio público de Los Angeles filmassem o que quisessem de suas vidas; estes deram para mais dez, e assim por diante, numa pirâmide fílmica de resultado impressionante.

Logo atrás vem "Scout's Honor", o novo Tom Shepard que toca no homossexualismo entre os escoteiros, e "Southern Comfort", também de temática gay. O toque bem-humorado fica com o inacreditável "The Natural History of the Chicken".

Nas mostras paralelas, onde muitas vezes aparece o verdadeiro ouro do festival, fez barulho "Super Troopers", rapidamente comprado para distribuição. É a história de quatro patrulheiros dementes do Estado de Vermont que lembra os melhores momentos de "Arizona Nunca Mais".

Premières
Talvez tenha sido o ano mais conservador na seleção das premières, em que o thrillerzinho "Invisible Circus", com Cameron Diaz e Jordana Brewster, foi o exemplo mais gritante.

A exceção ficou com os refrescantes "Series 7", sátira da praga dos "reality-shows", "Waking Life", uma curiosíssima animação do mesmo diretor de "SubUrbia", e "3 A.M.", produção digital de Spike Lee e Danny Glover sobre taxistas em Nova York.

O Brasil está com três filmes entre os 27 da mostra Cinema Mundial: "Eu Tu Eles", de Andrucha Waddington, "Amores Possíveis", de Sandra Werneck, e "Princesa", do estreante Henrique Goldman, as três obras que não ficam nada a dever aos outros participantes da paralela.

Podem muito bem levar o Prêmio do Cinema Latino-Americano e (só Waddington) até cogitar o do Cinema Mundial, embora aqui os favoritos sejam Zhang Yimou ("O Caminho para Casa") e Takeshi Kitano ("Brother").
O francês "National 7", sobre sexo entre deficientes, e o checo "Divided We Fall", sobre o nazismo, correm por fora.

Ah: e até a conclusão desta edição, ainda não tinha aparecido nenhum "Bruxa de Blair".
 

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