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31/01/2001 - 11h10

Fashion Week começa hoje com olhos voltados para o mundo

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da Reuters
em São Paulo

O maior evento da moda brasileira começa nesta quarta-feira rebatizado de São Paulo Fashion Week e trazendo 24 desfiles, novos estilistas e a intenção de entrar definitivamente para o calendário internacional.

Desta vez, a seletíssima platéia não verá as curvas de Gisele Bundchen, mas a passarela promete revelar novos talentos e as criações cada vez mais elaboradas de um evento que, depois de cinco anos, parece ter atingido a maturidade.

O prédio da Bienal, no parque do Ibirapuera, ganhou projeto especial do arquiteto Isay Weinfeld, que preparou o cenário para receber centenas de jornalistas, compradores nacionais e internacionais (vem gente da norte-americana Saks e da francesa Galeries Lafayette), empresários da indústria têxtil, além de um punhado de jornalistas estrangeiros, que prometem propagar a moda do país aos quatro cantos do mundo e alavancar as exportações.

Para Paulo Borges, diretor-geral e criador do evento,a busca de exposição na mídia que marcou as primeiras eições do evento foi substituída pela procura concreta de resultados financeiros. "O evento terá um ar de negócio. Queremos que nossa repercussão internacional venha das vendas e não só através da mídia", disse.

A consultora e empresária Costanza Pascolato concorda. "Este ano é decisivo (para as grifes no mercado internacional). Neste momento, tudo o que é brasileiro é quente. O Brasil é a bola da vez, como foram os espanhóis há alguns anos. Resta saber se as marcas vão conseguir se internacionalizar em grande escala".

Na linha de produção, pelo menos, a indústria de moda está aquecida. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o setor faturou 22 bilhões de dólares em 2000 e criou 52 mil novos empregos, depois de ter quase quebrado no início dos anos 90 com a abertura das importações e a entrada dos baratíssimos produtos asiáticos.

Novos talentos

Além de novo nome e endereço, a semana da moda apresentará o trabalho de dois estilistas da nova geração: o de Carla Fincato, da Carlota Joaquina, segunda marca da grife G, e do mineiro Ronaldo Fraga, conhecido por sua irreverência.

Pela primeira vez, os organizadores do evento também foram buscar algum talento promissor no exterior. Acharam a dupla argentina formada por Jessica Trosman e Martin Churba, considerada moderninha em seu país e que assina uma coleção bastante autoral inspirada em tramas da natureza.

A festa fashion inicia-se às 15h com a moda feminina, prática e funcional da Equilíbrio de Marcia Gimenez, a M.Officer, novamente com Carlinhos Brown, só que agora inspirada no candomblé, e o esperadíssimo desfile de Alexandre Herchcovitch, que após uma década de evolução permanente e três desfiles na Europa virou referência no estilo nacional.

"Ele tem idéias originais. Bebe em todas as fontes e é apaixonado por moda", elogia Costanza Pascolato. "Você é capaz de identificar suas roupas apenas pelo olhar. Basta olhar uma foto e dizer: isto é Alexandre".

Como de costume, Herchcovitch faz absoluto mistério sobre o que vai mostrar na passarela. Limita-se a dizer que vai exibir uma coleção "alegre" e com a alfaiataria que virou marca registrada do seu trabalho. "Vai ser um desfile colorido e também abandonei os anos 60, mas o resto, só na hora", desconversa.

A Ellus fecha a noite com looks urbanos, muito jeans com lavagens e modelagens diferentes e, desta vez, nenhuma top model internacional na passarela.

Depois da atriz Milla Jovovich (de "O Quinto Elemento") e das top models Kate Moss e Alek Wek, o espaço no desfile de Nelson Alvarenga - e em todos os outros - deve ficar mesmo para a brasileira Ana Claudia Michels.

Ana Beatriz Barros e Talytha também darão o ar da graça. Entre as revelações, estão a recém-descoberta Jeísa, uma das beldades adolescentes que deve concentrar as atenções.

Na quinta-feira, mostram suas coleções Ronaldo Fraga, que inspirou sua coleção em um gueto de judeus ortodoxos, a mineira Patachou, a Zoomp com seus jeans que fazem sucesso no exterior e a contemporânea Iódice. Na sexta-feira é a vez da Zapping, destinada ao público jovem, de Glória Coelho, da G, seguida pelo desfile de seu marido, Reinaldo Lourenço, e da Forum, que este ano abandonou a influência carioca e foi buscar inspiração no Nordeste. Tufi Duek promete trazer mulheres sexies como sempre, mas desta vez com toques do cangaço. "Não é que (a modelo) vá aparecer com chapéu de cangaceiro, é um look bem urbano", diz Duek, que se inspira em temas brasileiros desde 1994.

Sábado é dia de Lino Villaventura e suas criações barrocas e artesanais, da alegria peruística e cheia de movimento de Fause Haten, da moda americanizada e rock'n'roll da Tritton e do mineiro Renato Loureiro.

A tarde de domingo começa com a dupla Trosman Churba (que muitos começam a apelidar de "Clements Ribeiro argentina") e a ousadia de Marcelo Sommer, que com seu olhar particular sempre leva um pouco das ruas, do underground e do circo para a passarela.

Como já é tradição, a moda masculina fecha o evento. Desfilam os modelos de Alexandre Herchcovitch, Fause Haten, Ellus e os belíssimos ternos de Ricardo Almeida, que este ano deve deixar as celebridades na primeira fila e usar apenas modelos na passarela.

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