Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/01/2001 - 18h14

Moda 2001 tem muita cor, atitude dos 80 e cinturinha dos 50

Publicidade

da Reuters
em São Paulo

Pode tirar o cinto cheio de penduricalhos do armário, a blusa gola canoa com manga morcego, a saia balonê. Os anos 80, que voltaram à moda no ano passado, devem persistir nas passarelas do Fashion Week a partir desta quarta-feira, só que agora misturados a formas inspiradas nos clássicos dos anos 50 e banhados com cor, muita cor.

"Uma lufada de bom humor está invadindo a moda", diz a editora de moda Regina Guerreiro, que abandonou o uniforme preto usado por anos a fio para adotar cores mais claras no guarda-roupa. "As pessoas querem ser felizes. A moda atual é alegre, bem humorada e eficiente. Veremos cada vez mais roupas utilitárias quase inspiradas nos uniformes de trabalho e nas fardas."

Guerreiro aposta na explosão dos 80, década do preto, das tribos urbanas, dos estilistas japoneses, dos yuppies e do workaholismo, que marca um contraponto bastante forte ao estilo básico dos 90.

"Passamos por dez anos de minimalismo, aplaudindo só verdades essenciais. Depois de todo mundo ter seu tubinho preto, (a mulher) queria um pouco de luxo, de estampa e de cor. Tem dinheiro novo correndo no mundo. Chegou a vez da madame jet set", decreta Guerreiro.

A consultora de moda e empresária Costanza Pascolato, outra autoridade no assunto no país, concorda que a moda de inverno deve ter um olhar nas formas de Christian Dior e Yves Saint-Laurent e ainda trazer os exageros, a atitude e a agressividade da década de 80.

De um lado, o rebuscamento das formas, o requinte, o cetim, a seda, a cinturinha marcada, a saia rodada. De outro, o power dressing, o terninho Armani, a mulher se igualando ao homem no mercado de trabalho, os punks e o estilo influente dos estilistas Yoshi Yamamoto e Rei Kawakubo.

Para Fernando de Barros, editor de moda de Playboy, a moda muda o tempo todo para alimentar uma indústria cada vez mais milionária e também para cumprir uma função social: marcar a mudança entre as gerações.

"A opulência obriga a rotatividade. Assim é o mundo moderno", diz. "Mas a moda não é criada pelo estilista. Ele apenas percebe o que as pessoas querem e traduz esses anseios."

"Sempre digo que Mary Quant só criou a minissaia quando as mulheres estavam prontas para colocar as pernas de fora. Depois veio o jeans, e a filha dessa mulher detestava minissaia. É sempre assim."

Por isso, a nós, simples mortais, resta abrir o baú e começar a gostar de novo daquela jaqueta perfecto de couro preto, colocar "Like a Virgin", de Madonna, na vitrola e encarar um novo milênio que, pelo menos na moda, parece ter chegado com um leve cheiro de naftalina.

Leia mais notícias sobre a São Paulo Fashion Week
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página