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09/06/2000
-
05h49
FÁTIMA GIGLIOTTI
da Folha de S. Paulo
"O Dia da Caça", longa-metragem nacional que estréia hoje nos cinemas de todo o país, é o segundo filme do mineiro Alberto Graça. Envolvido com cinema desde 1974, Graça foi produtor de filmes como "A Queda" (1976), de Ruy Guerra, "Se Segura Malandro" (1984), de Hugo Carvana, e de cerca de 50 documentários.
O diretor afirma que o longo hiato entre "Memórias do Medo", seu longa de estréia na direção, de 1981, que foi exibido em Cannes na Quinzena dos Realizadores, e "O Dia da Caça" deve-se ao fato de ele ter ficado estigmatizado na Embrafilme com seu primeiro filme. "Era uma produção autoral, mas política", explica Graça.
Depois, o diretor teve vários projetos mais comerciais negados pela instituição ao longo dos anos. Mas não deixou de lado o "caráter político" de seus trabalhos. Foi por isso que o processo de captação de recursos para a produção de "O Dia da Caça" levou cerca de dois anos.
"As empresas não queriam ligar o seu nome a um filme sobre o narcotráfico, envolvendo policiais, e com um travesti entre os principais personagens", conta.
"O Dia da Caça" é um suspense policial um bocado intimista, no qual um ex-traficante (Marcello Antony, em sua estréia no cinema) e um travesti (Paulo Vespucio, de "Um Céu de Estrelas") são forçados a deixar Brasília e buscar um carregamento de cocaína na Colômbia, por lealdade ao policial federal que os ajudou a sair do reformatório no passado.
A "operação", no entanto, é uma cilada para a troca do comando das quadrilhas do narcotráfico de Brasília, no qual estão envolvidos policiais, poderosos da imprensa etc.
"O Dia da Caça" foi finalizado em 1999, ano em que começou a CPI do Narcotráfico. Uma "infeliz coincidência", segundo Graça. "Mas já existiam ruídos quando escrevemos o roteiro do filme, que também derivou de um documento com pesquisas sobre o narcotráfico enviado a Bill Clinton pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Para o diretor, a coincidência serviu para que as discussões propostas no filme, sobre ética na política e na imprensa, ganhassem mais peso. Mas ele ressalta que "O Dia da Caça" não discute a ética no banditismo, mas apenas um código moral de comportamento baseado na lealdade.
Assista ao trailer de "O Dia da Caça":
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O Dia da Caça é suspense policial que questiona a ética
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"O Dia da Caça", longa-metragem nacional que estréia hoje nos cinemas de todo o país, é o segundo filme do mineiro Alberto Graça. Envolvido com cinema desde 1974, Graça foi produtor de filmes como "A Queda" (1976), de Ruy Guerra, "Se Segura Malandro" (1984), de Hugo Carvana, e de cerca de 50 documentários.
O diretor afirma que o longo hiato entre "Memórias do Medo", seu longa de estréia na direção, de 1981, que foi exibido em Cannes na Quinzena dos Realizadores, e "O Dia da Caça" deve-se ao fato de ele ter ficado estigmatizado na Embrafilme com seu primeiro filme. "Era uma produção autoral, mas política", explica Graça.
Depois, o diretor teve vários projetos mais comerciais negados pela instituição ao longo dos anos. Mas não deixou de lado o "caráter político" de seus trabalhos. Foi por isso que o processo de captação de recursos para a produção de "O Dia da Caça" levou cerca de dois anos.
"As empresas não queriam ligar o seu nome a um filme sobre o narcotráfico, envolvendo policiais, e com um travesti entre os principais personagens", conta.
"O Dia da Caça" é um suspense policial um bocado intimista, no qual um ex-traficante (Marcello Antony, em sua estréia no cinema) e um travesti (Paulo Vespucio, de "Um Céu de Estrelas") são forçados a deixar Brasília e buscar um carregamento de cocaína na Colômbia, por lealdade ao policial federal que os ajudou a sair do reformatório no passado.
A "operação", no entanto, é uma cilada para a troca do comando das quadrilhas do narcotráfico de Brasília, no qual estão envolvidos policiais, poderosos da imprensa etc.
"O Dia da Caça" foi finalizado em 1999, ano em que começou a CPI do Narcotráfico. Uma "infeliz coincidência", segundo Graça. "Mas já existiam ruídos quando escrevemos o roteiro do filme, que também derivou de um documento com pesquisas sobre o narcotráfico enviado a Bill Clinton pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Para o diretor, a coincidência serviu para que as discussões propostas no filme, sobre ética na política e na imprensa, ganhassem mais peso. Mas ele ressalta que "O Dia da Caça" não discute a ética no banditismo, mas apenas um código moral de comportamento baseado na lealdade.
Assista ao trailer de "O Dia da Caça":
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