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22/06/2002 - 01h03

Audiogalaxy morre depois de 31 milhões de downloads

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FRANCISCO MADUREIRA
Editor de Informática da Folha Online

O Audiogalaxy morreu. Era um dos maiores sistemas de troca de músicas que chegou à internet depois do Napster. A empresa fechou um acordo esta semana com as gravadoras para resolver um processo judicial fora dos tribunais.

Começará a filtrar músicas piratas em seu sistema. E vai molhar a mão das gravadoras com algum dinheiro que levantar com a venda de seus ativos.

Na lista de programas do site Download.com, o Audiogalaxy é a terceira ferramenta de busca de MP3 mais popular da internet, com mais de 31 milhões de downloads. Só fica atrás do Morpheus (94 milhões) e do KaZaA (85 milhões).

Com o Napster foi a mesma coisa. Primeiro os trombones do processo. Aí vêm os gastos com advogados e outros detalhes jurídicos. O tempo passa, as gravadoras, grandes impérios de mídia, têm-no ao seu lado. Para essas pequenas empresas de internet, o tempo joga contra —os gastos empilham-se, e as forças financeiras se esvaem.

Pelo acordo, o Audiogalaxy precisará de autorização dos artistas ou das próprias gravadoras para liberar em sua rede a troca de músicas protegidas por direitos autorais.

A tática das gravadoras tem sido a vitória pelo cansaço. Perdidas na própria cegueira, não viram, há três anos atrás, que a internet surgia para elas como um dos melhores canais de distribuição que já existiram. Poderiam estar em todos os países, levar todo seu acervo, expandir seus domínios.

Mas dormiram no próprio monopólio. E a era da tecnologia, como um daqueles despertadores chatos de camelô, fê-las acordar.

Vieram, no final do ano passado, com os serviços MusicNet e Pressplay. Divididas, lançaram duas plataformas, cada uma com músicas e artistas diferentes. Você precisa pagar assinatura dos dois para ter acesso ao acervo todo. Só agora, depois de seis meses no ar, permitiram a gravação de músicas em CDs e em toca-MP3.

No Brasil, uma iniciativa bacana, que conseguiu chegar mais perto do que o internauta deseja, é o site iMúsica. Tem bastante artista brasileiro, cobra menos de US$ 1, em média, pelo download e ainda dá carta branca ao usuário —se quiser gravar CD, grave, se quiser passar para toca-MP3, passe.

Mas aqui e lá fora ainda existem problemas nesses serviços pagos. E eles repelem grande parte dos internautas que até topariam pagar pelo trabalho dos músicos que apreciam.

O pior deles é a falta de unificação. Entre em qualquer serviço gratuito de troca de arquivos e terá todos os músicos e bandas. Terá raridades, artistas independentes, músicos que não estão sob a guarda das grandes gravadoras.

Esses sites de música precisam da autorização das gravadoras para vender música. Se conseguem de uma e não da outra —por acordos comerciais, monopólios ou simples rixa competitiva—, terão só metade do "ouro".

Esse "ouro" os programas piratas da internet têm, e inteiro. O que rareia para eles —os sobreviventes KaZaA, Morpheus, Grokster, Madster, WinMX e alguns outros ligados à rede Gnutella— é fôlego, dinheiro para continuar no ar. A aposta das gravadoras: até quando dura esse fôlego?

Escreva para o autor da coluna usuário.com
 

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