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27/07/2002
-
00h08
FRANCISCO MADUREIRA
Editor de Informática da Folha Online
Alguns tocam violão e guitarra. Outros, teclado e piano. Há também os baixistas, os saxofonistas e os bateristas. Mas tem crescido o número de pessoas que usam um instrumento moderno e pouco convencional —o mouse.
O que vou partilhar com o leitor é praticamente uma experiência pessoal. Porque o computador consegue deixar o ato de estudar e compor música ainda mais excitante.
Comecei a tocar mouse há seis anos atrás, mais ou menos quando comecei a estudar guitarra. Na época, tinha uma placa de som razoável e comecei a brincar com programas chamados seqüenciadores, que trabalham com a tecnologia MIDI (Musical Instruments Digital Interface).
Os recursos de MIDI praticamente transformam o computador em um teclado. Com esses seqüenciadores, você pode simplesmente escrever, com o mouse, uma partitura —ou melhor, uma para cada instrumento de uma banda— e pedir para que a placa de som processe os timbres e execute a música.
Na época, eu conectava a guitarra aos pedais e estes à entrada de áudio da minha placa de som. Colocava o seqüenciador para executar a música que tinha criado —com bateria, baixo, piano etc.— e fazia o acompanhamento e os solos na guitarra.
Como espaço em disco rígido era algo difícil e gravador de CDs, ainda inimaginável, substituía as caixas de som do PC pelo aparelho de som e gravava os resultados em fita.
Na época foi extremamente gostoso brincar com a tecnologia. Principalmente porque podia entrar na internet e fazer o download gratuito —e legal— de centenas de músicas no padrão MIDI para ensaiar em casa, com fone de ouvido, como se estivesse tocando com uma banda inteira. E isso era suficiente para relevar a qualidade precária de som que as placas de som mais antigas tinham quando se falava em MIDI.
Minha coleção de arquivos MIDI foi crescendo, e pude treinar um montão de músicas. O computador tinha se tornado minha banda.
Lembro que naqueles tempos fazia aula de guitarra com um colega, o Cláudio Morce, baixista do grupo Nazi e os Irmãos do Blues. Ele é outro maníaco por som no computador. Trocávamos muitas idéias, e ele fazia aulas inteiras para mim em softs seqüenciadores de MIDI, para que eu treinasse algumas técnicas de guitarra em casa. Recurso de didática bastante interessante, por sinal.
Até que a tecnologia foi evoluindo e chegaram placas de som que suportam bancos de som MIDI maiores, cujos timbres são mais fiéis aos instrumentos que simulam, como piano, teclado e bateria. Ao mesmo tempo, descobri que era possível substituir os bancos de som das placas de som mais atuais, como a Sound Blaster Live! ou a Audigy, com arquivos do tipo SoundFont (.SF2).
Foi a gota d'água. Procurei na internet até descobrir sites com download gratuito —e legal, cabe ressaltar mais uma vez— de timbres de instrumentos no formato SoundFont. Comecei a baixar arquivos noites a fio, até conseguir achar um timbre realista de bateria, um baixo com bastante presença, boas strings para o teclado...
O resultado não poderia ser outro. Comecei a compor minhas próprias músicas no computador. A banda inteira, na verdade. Já com um disco rígido maior e com um gravador de CDs, dá pra produzir discos de música em casa. Seja para ouvir no carro, seja para distribuir para os amigos, enfim. Nada profissional, mas um hobby e tanto!
Ainda outro dia trombei no ICQ com um cara que trabalha em estúdio. Ele me contou que existem recursos ainda mais avançados —samples de áudio num formato chamado GigaSampler, cujos timbres ocupam CDs e CDs. Ele ficou de me convidar a uma visita ao estúdio onde ele trabalha para que eu conheça a tecnologia —já consigo até imaginar o realismo.
E, antes que você pense que eu sou o descobridor da América, há muita gente fazendo a mesma coisa. Esta semana uma colega de trabalho trouxe um CD de um amigo dela, todinho produzido em casa. Como eu, ele é guitarrista. Mas curte um som mais eletrônico —até mais fácil de fazer pelo computador, que, em tese, tem mais dificuldade de simular sons acústicos.
O mais bacana da produção caseira é a explosão da manifestação musical. Da mesma forma que o computador substituiu a máquina de escrever quando foi lançado, ele deixou o trabalho gráfico e artístico mais simples, está ganhando terreno sobre a televisão e agora também trouxe para dentro de casa o poder de um estúdio musical.
Deixo alguns links interessantes sobre seqüenciadores, arquivos MIDI e bancos de som.
Seqüenciadores
http://www.cakewalk.com/
http://www.cubase.net/
http://www.jazzware.com/
http://www.emagicusa.com/
Arquivos MIDI
Buscador de MIDIs
http://www.midifarm.com/
http://www.musicrobot.com/
http://www.midi.com/
http://www.midiworld.com/
Bancos de som
http://www.soundfont.com/
http://www.soundblaster.com/goodies/vienna/
http://www.soundfont-central.com/
http://www.hammersound.net/
Escreva para o autor da coluna usuário.com
Músicas agora têm guitarra, teclado, baixo, bateria... e mouse
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Editor de Informática da Folha Online
Alguns tocam violão e guitarra. Outros, teclado e piano. Há também os baixistas, os saxofonistas e os bateristas. Mas tem crescido o número de pessoas que usam um instrumento moderno e pouco convencional —o mouse.
O que vou partilhar com o leitor é praticamente uma experiência pessoal. Porque o computador consegue deixar o ato de estudar e compor música ainda mais excitante.
Comecei a tocar mouse há seis anos atrás, mais ou menos quando comecei a estudar guitarra. Na época, tinha uma placa de som razoável e comecei a brincar com programas chamados seqüenciadores, que trabalham com a tecnologia MIDI (Musical Instruments Digital Interface).
Os recursos de MIDI praticamente transformam o computador em um teclado. Com esses seqüenciadores, você pode simplesmente escrever, com o mouse, uma partitura —ou melhor, uma para cada instrumento de uma banda— e pedir para que a placa de som processe os timbres e execute a música.
Na época, eu conectava a guitarra aos pedais e estes à entrada de áudio da minha placa de som. Colocava o seqüenciador para executar a música que tinha criado —com bateria, baixo, piano etc.— e fazia o acompanhamento e os solos na guitarra.
Como espaço em disco rígido era algo difícil e gravador de CDs, ainda inimaginável, substituía as caixas de som do PC pelo aparelho de som e gravava os resultados em fita.
Na época foi extremamente gostoso brincar com a tecnologia. Principalmente porque podia entrar na internet e fazer o download gratuito —e legal— de centenas de músicas no padrão MIDI para ensaiar em casa, com fone de ouvido, como se estivesse tocando com uma banda inteira. E isso era suficiente para relevar a qualidade precária de som que as placas de som mais antigas tinham quando se falava em MIDI.
Minha coleção de arquivos MIDI foi crescendo, e pude treinar um montão de músicas. O computador tinha se tornado minha banda.
Lembro que naqueles tempos fazia aula de guitarra com um colega, o Cláudio Morce, baixista do grupo Nazi e os Irmãos do Blues. Ele é outro maníaco por som no computador. Trocávamos muitas idéias, e ele fazia aulas inteiras para mim em softs seqüenciadores de MIDI, para que eu treinasse algumas técnicas de guitarra em casa. Recurso de didática bastante interessante, por sinal.
Até que a tecnologia foi evoluindo e chegaram placas de som que suportam bancos de som MIDI maiores, cujos timbres são mais fiéis aos instrumentos que simulam, como piano, teclado e bateria. Ao mesmo tempo, descobri que era possível substituir os bancos de som das placas de som mais atuais, como a Sound Blaster Live! ou a Audigy, com arquivos do tipo SoundFont (.SF2).
Foi a gota d'água. Procurei na internet até descobrir sites com download gratuito —e legal, cabe ressaltar mais uma vez— de timbres de instrumentos no formato SoundFont. Comecei a baixar arquivos noites a fio, até conseguir achar um timbre realista de bateria, um baixo com bastante presença, boas strings para o teclado...
O resultado não poderia ser outro. Comecei a compor minhas próprias músicas no computador. A banda inteira, na verdade. Já com um disco rígido maior e com um gravador de CDs, dá pra produzir discos de música em casa. Seja para ouvir no carro, seja para distribuir para os amigos, enfim. Nada profissional, mas um hobby e tanto!
Ainda outro dia trombei no ICQ com um cara que trabalha em estúdio. Ele me contou que existem recursos ainda mais avançados —samples de áudio num formato chamado GigaSampler, cujos timbres ocupam CDs e CDs. Ele ficou de me convidar a uma visita ao estúdio onde ele trabalha para que eu conheça a tecnologia —já consigo até imaginar o realismo.
E, antes que você pense que eu sou o descobridor da América, há muita gente fazendo a mesma coisa. Esta semana uma colega de trabalho trouxe um CD de um amigo dela, todinho produzido em casa. Como eu, ele é guitarrista. Mas curte um som mais eletrônico —até mais fácil de fazer pelo computador, que, em tese, tem mais dificuldade de simular sons acústicos.
O mais bacana da produção caseira é a explosão da manifestação musical. Da mesma forma que o computador substituiu a máquina de escrever quando foi lançado, ele deixou o trabalho gráfico e artístico mais simples, está ganhando terreno sobre a televisão e agora também trouxe para dentro de casa o poder de um estúdio musical.
Deixo alguns links interessantes sobre seqüenciadores, arquivos MIDI e bancos de som.
Seqüenciadores
Arquivos MIDI
Bancos de som
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