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14/08/2002 - 12h53

Dólar alto provoca desaceleração no mercado de informática

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da Folha de S. Paulo

Junto com a Fenasoft, a feira Comdex está entre as maiores exposições de informática do país. Às vésperas do evento, o mercado de computadores pessoais no Brasil experimenta reflexos da situação econômica nacional e também sente a retração no mercado de informática mundial.

Os institutos de pesquisa e as entidades industriais que medem as estatísticas do mercado brasileiro ainda não divulgaram os números referentes ao segundo semestre de 2002 —a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), por exemplo, pretende revelar amanhã sua nova pesquisa—, mas a expectativa dos empresários e analistas ouvidos pela Folha não é positiva: fala-se em queda nas vendas e em aumento dos preços, que estiveram em queda durante os últimos anos.

"A percepção é que o mercado vai cair no segundo semestre", afirma o analista Marcelo Quintãs, do instituto IDC. Segundo ele, problemas aduaneiros e a variação cambial são as principais causas de retração: "A greve na Receita Federal atrapalhou muito, e o aumento do dólar acabou inibindo as vendas", diz.

A Metron, que diz ter reconquistado a liderança do mercado brasileiro de PCs neste ano, pode ser considerada uma exceção, pois suas vendas cresceram 21% no segundo trimestre de 2002 em relação a igual período do ano passado e sua utilização da capacidade instalada foi alta -em julho, o fabricante produziu 22 mil PCs, o que corresponde a aproximadamente 80% de seu máximo atingível.

Apesar dos resultados obtidos no primeiro semestre, a Metron reduziu de 25% para 10% sua expectativa de crescimento total em 2002. "Neste mês de agosto o baque vai ser grande", afirma o diretor comercial Cassio Fernandes. Ele diz que "o impacto do dólar é total, mesmo nos componentes comprados localmente". Segundo Fernandes, "as únicas coisas que não são dolarizadas no computador são a embalagem e o manual".

Essa declaração contrasta com a opinião do IDC: segundo Quintãs, quase 100% dos componentes utilizados pelos maiores fabricantes de PCs são nacionais. Seja qual for a porcentagem, a nacionalização dos computadores não é completa: o processador central (CPU), que é o componente mais sofisticado de um micro, não é fabricado no Brasil.

Segundo o IDC, existem 14 milhões de PCs no Brasil. Apenas 35% dessas máquinas pertencem a usuários domésticos, índice inferior ao verificado nos Estados Unidos, por exemplo (45%). De acordo com Quintãs, os usuários brasileiros trocam de PC a cada três anos: "Os programas exigem cada vez mais hardware", explica.

Apesar dessas tendências, a retração global é inegável: de acordo com estatísticas do Gartner Group, o mercado mundial de PCs caiu 0,8% no segundo trimestre de 2002 em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 29,9 milhões de micros. Nos EUA, as vendas chegaram a 10,6 milhões de computadores pessoais, 0,8% a menos do que no primeiro trimestre de 2001. No Japão, a queda foi de 12%.

A América Latina demorou mais a sentir os efeitos da crise mundial: em 2001, as vendas de PCs na região subiram 7,6%.
O mercado brasileiro, que é o maior do continente (44%), cresceu 18% no ano passado, atingindo 3,3 milhões de PCs vendidos. Em 2002, o mercado latino-americano caiu 2,7% já no primeiro trimestre, totalizando 1,72 milhão de micros vendidos.

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