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30/11/2002
-
12h27
da Folha de S.Paulo
Está sendo considerado o "Scarface" dos videogames, e a referência ao clássico de Al Pacino de 1983 não é para menos. "Grand Theft Auto - Vice City", a mais recente parte de um dos melhores e mais populares jogos do mundo, acaba de chegar às lojas. É incrível, mesmo para quem acha o gênero uma bobagem, como este colunista.
Primeiro porque não se trata de um videogame puro e simples, daqueles em que ganha quem fizer mais pontos, matar mais inimigos ou chegar em primeiro lugar. Há uma história que exige do jogador diversas opções éticas, que influirão no resultado. E há a cidade, pano de fundo de tudo.
"GTA" se passa em Liberty City (Cidade da Liberdade, em inglês), chamada de "Vice City" (Cidade do Vício) no título, mas que na verdade tem toda a cara e o jeitão de Miami dos anos 80, com direito até a um bairro Art Decô e referências à famosa série policial "Miami Vice", da época.
Nela, o jogador é Tommy Vercetti, um gângster que acaba de ser solto depois de 15 anos de prisão. Para subir na organização criminosa a que se filia, ele tem de praticar com maestria o crime do título do game, uma expressão da polícia americana que significa roubo qualificado de automóveis.
O novo "GTA" vem provocando uma onda na internet só antes dedicada a filmes como "Matrix", "Harry Potter" ou "O Senhor dos Anéis". Basta dar uma pesquisada para encontrar centenas de sites dedicados a ele, com guias, grupos de discussões, clubes e até mesmo um endereço que promove um concurso de ficção cujo tema é Liberty City.
Além, é claro, do site oficial, www.rockstargames.com/vicecity/, hospedado na Rockstar Games, empresa britânica que criou e comercializa o "GTA". O game custa US$ 40 e a série é considerado a de venda mais rápida da história do PlayStation 2, com 7 milhões de unidades até agora.
Se vender 10 milhões de exemplares, como o mercado prevê, "Vice City" vai faturar mais do que 99% dos filmes lançados por Hollywood neste ou em qualquer ano. É só fazer as contas: US$ 40 x 10 milhões = US$ 400 milhões, o que faz do game um blockbuster do tamanho de "Homem Aranha" ou do já citado "Harry Potter", por exemplo.
A revista "Time" diz que "GTA" é o primeiro a elevar o gênero à condição de arte e chama sua trama de "dickensiana", em referência ao novelista britânico Charles Dickens (1812-1870), autor de "Oliver Twist".
Não está exagerando.
Sai o "Scarface" dos videogames
SÉRGIO DÁVILAda Folha de S.Paulo
Está sendo considerado o "Scarface" dos videogames, e a referência ao clássico de Al Pacino de 1983 não é para menos. "Grand Theft Auto - Vice City", a mais recente parte de um dos melhores e mais populares jogos do mundo, acaba de chegar às lojas. É incrível, mesmo para quem acha o gênero uma bobagem, como este colunista.
Primeiro porque não se trata de um videogame puro e simples, daqueles em que ganha quem fizer mais pontos, matar mais inimigos ou chegar em primeiro lugar. Há uma história que exige do jogador diversas opções éticas, que influirão no resultado. E há a cidade, pano de fundo de tudo.
"GTA" se passa em Liberty City (Cidade da Liberdade, em inglês), chamada de "Vice City" (Cidade do Vício) no título, mas que na verdade tem toda a cara e o jeitão de Miami dos anos 80, com direito até a um bairro Art Decô e referências à famosa série policial "Miami Vice", da época.
Nela, o jogador é Tommy Vercetti, um gângster que acaba de ser solto depois de 15 anos de prisão. Para subir na organização criminosa a que se filia, ele tem de praticar com maestria o crime do título do game, uma expressão da polícia americana que significa roubo qualificado de automóveis.
O novo "GTA" vem provocando uma onda na internet só antes dedicada a filmes como "Matrix", "Harry Potter" ou "O Senhor dos Anéis". Basta dar uma pesquisada para encontrar centenas de sites dedicados a ele, com guias, grupos de discussões, clubes e até mesmo um endereço que promove um concurso de ficção cujo tema é Liberty City.
Além, é claro, do site oficial, www.rockstargames.com/vicecity/, hospedado na Rockstar Games, empresa britânica que criou e comercializa o "GTA". O game custa US$ 40 e a série é considerado a de venda mais rápida da história do PlayStation 2, com 7 milhões de unidades até agora.
Se vender 10 milhões de exemplares, como o mercado prevê, "Vice City" vai faturar mais do que 99% dos filmes lançados por Hollywood neste ou em qualquer ano. É só fazer as contas: US$ 40 x 10 milhões = US$ 400 milhões, o que faz do game um blockbuster do tamanho de "Homem Aranha" ou do já citado "Harry Potter", por exemplo.
A revista "Time" diz que "GTA" é o primeiro a elevar o gênero à condição de arte e chama sua trama de "dickensiana", em referência ao novelista britânico Charles Dickens (1812-1870), autor de "Oliver Twist".
Não está exagerando.
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