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06/02/2003 - 10h16

Microsoft quer ganhar mercado de pequenas e médias empresas

da Folha Online

Um grupo de engenheiros e executivos da Microsoft receberam a difícil missão de criar um plano de negócios para conquistar o mercado de softs para pequenas e médias empresas. E o motivo é simples: o segmento é avaliado em nada menos que US$ 10 bilhões.

A Microsoft, que enfrenta uma queda no crescimento do Windows, seu negócio principal, depois de uma década de crescimento acelerado, fez uma entrada ruidosa no campo dos bens eletrônicos de consumo com o console de videogames Xbox e com seus planos futuristas para uma nova geração de aparelhos eletrônicos "inteligentes", equipados com seus produtos.

Conforme o custo da tecnologia continua caindo, proprietários de lojas, construtores, imobiliárias e outras pequenas e médias empresas se voltam ao software para melhorar os processos de seus negócios.

Em jogo está um mercado fragmentado, que já é alvo de outros pesos pesados do software, como a Oracle e a Siebel Systems, que esperam entrar nesse setor e colher bilhões de dólares em receitas para compensar a queda dos gastos de grandes empresas com software de contabilidade, recursos humanos e administração de clientes.

"A divisão Business Solutions é um azarão", disse Matt Rosoff, analista da Directions on Microsoft, uma empresa independente de pesquisa.

Criada no ano passado com a combinação da divisão "bCentral" de serviço on-line da Microsoft para pequenas empresas e das produtoras de software Navision e Great Plains, adquiridas por US$ 2,4 bilhões, a divisão Business Solutions da gigante do software é uma de suas melhores apostas para aumentar o crescimento, dizem analistas.

"Muita atenção é dedicada ao Xbox e aos bens de consumo produzidos pela Microsoft hoje em dia, mas de todos os negócios novos da empresa, esse é o que tem a melhor chance de sucesso", diz Rosoff.

Ainda que a maior produtora mundial de software tenha revelado grande número de novos produtos no ano passado e deva lançar nova versão de seu pacote de aplicativos Office este ano, até janeiro a Microsoft manteve o silêncio quanto aos seus planos para software de negócios.

Isso mudou recentemente com o lançamento do Microsoft CRM (Administração de Relacionamento com Clientes), a primeira incursão da empresa no lucrativo mercado de software que permite que as equipes de vendas e assistência de uma empresa mantenham contato com os clientes.

Ainda que tenha estourado seu prazo original de lançamento, o final de 2002, o Microsoft CRM é o primeiro grande produto desenvolvido pela divisão, e ela acredita que o aplicativo terá boa ressonância com os consumidores já que está integrado ao Microsoft Office, a segunda maior fonte de lucros da empresa depois do Windows.

"Não se trata de um sistema corporativo reduzido", disse David Thatcher, gerente geral de software CRM da Microsoft. "Ele foi construído do zero para o mercado médio."

De fato, a Microsoft está apostando que pode transformar sua divisão Business Solutions em um negócio de US$ 10 bilhões até 2010, respondendo por um quarto de seu faturamento.

Mesmo que incluamos as vendas da Great Plains e da Navision, empresas estabelecidas que a Microsoft adquiriu para reforçar sua divisão caçula, a Business Solutions teve faturamento de apenas US$ 135 milhões no trimestre passado, apenas 1,6% das vendas trimestrais totais da gigante do software.

Para transformar essa divisão em um negócio bilionário, a Microsoft está montando uma complicada rede de pelo menos 4.000 funcionários, pelo menos seis linhas de produto superpostas e operações em lugares distantes como Fargo, Dakota do Norte, e a Dinamarca, sob o comando de um único grupo.

Para adoçar o apelo de seu software para as empresas de médio porte, a Microsoft anunciou também no ano passado um plano para financiar seus clientes, o primeiro plano abrangente de financiamento para esse mercado em estágio de crescimento.

Um dos pontos positivos de se trabalhar com clientes menores, afirmam analistas, é que eles são mais flexíveis que grandes corporações, que geralmente precisam gastar milhões de dólares de uma vez para fazer atualizações de seus programas. Isso não ocorre com empresas médias, que tendem a ser clientes mais regulares de software e de serviços.

Por exemplo, o Microsoft CRM custa entre US$ 400 e US$ 1.300 por usuário --uma fração do custo de sistemas avançados para grandes clientes.

Com agências internacionais
 

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