24/08/2000 - 10h36

PF investiga ação de pedófilos na Internet

MAURÍCIO SIMIONATO, da Folha Campinas

A Polícia Federal de Campinas vai intensificar as investigações na região sobre a ação de pessoas ligadas à divulgação de pornografia infantil pela Internet.

Dois suspeitos foram detidos e indiciados pela PF nos últimos dias. No sábado, um homem de 27 anos foi preso em Itatiba com computadores e CDs de imagens de crianças. Ele seria dono de uma locadora de filmes.

Anteontem, a Polícia Federal deteve outro homem em Santa Bárbara d'Oeste. Na casa do acusado, os agentes apreenderam computadores e imagens pornográficas divulgadas pela Internet. Ele é casado e tem filhos.

A região de Campinas é apontada como uma das principais áreas de investigação da polícia sobre divulgação de pornografia infantil na Internet.

O delegado da Polícia Federal de Campinas, Admir Tozo, disse que não pode falar sobre as investigações que estão sob sigilo judicial. Quatro peritos vieram de Brasília para auxiliar os trabalhos em Campinas.

Há pelo menos quatro meses, a PF rastreia o uso de imagens de crianças na Internet. Segundo a PF, os acusados detidos até agora não tinham ligação entre si, mas agiam de formas semelhantes.

Além de Campinas, Itatiba e Santa Bárbara, os policiais descobriram casos em São Luís do Maranhão e em São Paulo.

"Anjos proibidos"
Em janeiro do ano passado, o biólogo e monitor de acampamento Leonardo Chaim foi preso em Atibaia acusado de divulgar pela rede de computadores pornografia infantil.

O processo está para ser concluído pelo Ministério Público de Atibaia. Chaim produzia fotos e filmes de meninos, com idade entre 10 e 12 anos, que passavam temporadas em acampamentos.

Ele mantinha um site com o nome "Anjos Proibidos", que era frequentado por outros pedófilos.

Em fevereiro do ano passado, a Vara de Infância e da Juventude de Campinas concedeu liminar determinando a interdição do site brasileiro Mad" Sexy Page, que exibia fotos de crianças e adolescentes nus e mantendo relações sexuais, inclusive com adultos.

O site está sob investigação desde fevereiro do ano passado a pedido do Departamento da Criança e do Adolescente do Ministério da Justiça.

A página estava hospedada em um provedor internacional gratuito, o Angelfire.

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