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26/03/2003 - 10h33

Web dá origem a banda de músicos escoceses e brasileiros

HELOISA HELENA LUPINACCI
da Folha de S.Paulo

Misture troca de arquivos musicais, oito músicos escoceses e oito brasileiros se comunicando por dois meses por meio de um fórum. Depois disso, coloque esses ingredientes para ensaiar intensamente as músicas que foram compostas durante o período de convivência virtual.

Essa é a receita do programa MPB-BPM (Música Popular Brasileira - British Popular Music), que formou uma banda de 16 músicos meio brasileira, meio escocesa, cuja performance poderá ser conferida amanhã no Sesc Pompéia. Entre os escoceses, há um DJ, uma percussionista, uma harpista, um baterista, um pianista, um guitarrista, uma cantora e um violinista.

Entre os brasileiros, uma baterista, um contrabaixista misturado com DJ, um guitarrista, dois sanfoneiros, um tocador de rabeca, saxofone e violino, um percussionista e uma cantora.

A idéia da terceira edição desse projeto, promovido pelo Conselho Britânico, era usar a internet para criar uma situação em que os músicos pudessem se conhecer on-line, segundo Stephen Rimmer, coordenador nacional de artes do Conselho Britânico em São Paulo e responsável pelo projeto.

Nas duas edições anteriores, foram trazidos músicos britânicos que já tinham composições próprias e um repertório para show.

Eles chegaram aqui, ensaiaram com músicos brasileiros e fizeram apresentações. Para Sérgio Pinto, animador sócio-cultural do Sesc (Serviço Social de Comércio), a terceira edição é pioneira em valorizar o processo de criação, o que só foi possível graças ao site criado na internet.

Nas primeira edição, que teve como tema a música engajada, a banda Asian Dub Foundation foi trazida para o Brasil e tocou com O Rappa. Na segunda, que tinha a música negra e eletrônica como centro, os DJs Norman Jay e Marky tocaram juntos.

Eles já tinham seus discos e suas músicas. Tocaram juntos e voltaram a seguir suas carreiras. É nesse ponto que a terceira edição pretende ser a primeira. E já há planos mais ousados para a quarta.

O processo

Com o resgate das músicas de cada país como tema, os músicos ensaiaram em seus países durante três meses e tiveram seus ensaios gravados. Então, frequentaram o fórum, ouviram trechos de cada músico, e, a partir daí, cada um compôs uma peça.

Um dos usuários mais assíduos da rede é David Paul Jones, pianista que compôs uma música para todos os instrumentos da banda, inclusive o acordeão. Detalhe: ele nunca tinha visto um. "Ouvi os ensaios e procurei informações sobre cada instrumento", conta Jones, que enviou a partitura da música, feita com o soft Sibelius (www.sibelius.com), via fórum.

Outro músico que se envolveu com o uso da tecnologia foi Lincoln Antonio, que toca acordeão e pretende manter o canal de comunicação com os parceiros brasileiros e britânicos. "Ainda é um método novo, que poderia ter sido mais usado", ressalva o músico, que gostaria de ter podido ensaiar ao vivo pela rede com os colegas.

Ensaiar por videoconferência é a vontade de todos. O recurso não foi usado, pois a tecnologia de que dispunham o Conselho Britânico e o Sesc não permitiria a realização de uma videoconferência com qualidade para que os músicos ensaiassem via rede. Mas a quarta edição do projeto, em 2004, deve contar com o recurso. "O conselho deverá construir uma sala de videoconferência para ensaios on-line", diz Rimmer.

Leia mais
  • Ouça trechos dos ensaios dos músicos
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