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09/09/2003 - 16h50

Técnica de amedrontamento da Riaa é ineficaz, dizem opositores

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da Folha Online

A tática adotada pela Riaa (Recording Industry Association of America), de amedrontar os internautas que fazem download de músicas, se provará ineficaz ao longo do tempo. Pelo menos é nisso que acreditam os opositores da associação. Para eles, ao invés de desistirem de compartilhar arquivos, os adeptos das redes P2P (peer-to-peer) vão procurar formas mais anônimas de trocar músicas.

Os opositores acreditam que os processos abertos ontem pela Riaa contra 261 usuários de serviços de troca de arquivos pela internet têm justamente o objetivo de assustar essas pessoas. Essas ações foram abertas contra internautas que teriam disponibilizado mais de mil canções em redes de compartilhamento.

Mas Wendy Seltzer, advogada da Electronic Frontier Foundation, que presta serviços jurídicos aos usuários processados pela Riaa, acredita que os 60 milhões de americanos que usam redes P2P não levarão muito tempo até descobrir uma forma menos "rastreável" de trocar músicas.

Dúvida

Segundo o site da revista Wired, alguns analistas da indústria da música e fãs das redes de compartilhamento de arquivos questionam a eficácia da estratégia da Riaa para conseguir recuperar as vendas de CDs.

Brian Zisk, diretor de tecnologia da Future of Music Coalition, disse que se a intenção é colocar medo nos usuários, eles terão êxito. Porém, se o objetivo é fazer com que as pessoas parem de baixar músicas da internet e comprem mais CDs, a estratégia não deve dar certo.

Para o analista, a troca de canções pela web não é a única responsável pela queda nas vendas da indústria fonográfica. Ele atribui essa redução também à popularização de produtos de entretenimento, como DVDs, videogames e até telefones celulares. "Como as pessoas gastam mais com esses itens, sobra pouco dinheiro para comprar CDs", explica.

Efeito contrário

O analista do Yankee Group Michael Goodman disse que a campanha da Riaa aparentemente está surtindo efeito sobre os internautas que compartilham músicas na rede, mas ela também está repelindo consumidores.

De acordo com Goodman, dados recentes indicam que as ações jurídicas da Riaa resultaram em um declínio no uso das redes P2P. Em meados de junho, a Fastrack --rede por trás da Kazaa e Grokster-- tinha, em média, 4,5 milhões de usuários por dia. No final de agosto, o número caiu para 3,5 milhões.

Apesar de tratar-se de um período de férias escolares, Goodman acredita que o temor de processos legais também teve papel importante para essa queda.

Porém, destaca o analista, a redução nas vendas de CDs foi bem maior no mesmo período. No dia 15 de junho, dia em que a Riaa iniciou sua campanha de intimações contra os internautas, as vendas de CDs eram 6,1% menores do que na mesma data do ano passado. Sete semanas depois, a queda nas vendas havia acelerado 54%.

"Embora um período de sete semanas não seja suficiente para tirar conclusões, ele deveria servir como um alerta para a Riaa".

Sobe e desce

Enquanto as vendas de CDs estão em queda, o tráfego do site de www.boycott-riaa.com (de boicote à Riaa) está em alta.

Segundo Bill Evans, fundador do site, o endereço, que pede às pessoas que comprem músicas de artistas não-afiliados à associação, viu um crescimento no número de visitas desde o último anúncio feito pela Riaa, ontem.
 

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