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19/06/2000 - 12h47

Leia o diário de um Napstermaníaco obcecado

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PABLO MIYAZAWA
especial para a Folha de S. Paulo

Tudo começou há dois meses, quando um amigo me enviou um e-mail: "Este é o programa para procurar músicas em MP3 pela rede". Anexado à mensagem estava o tal do Napster.

Não dei muita importância, até o dia em que decidi procurar algumas músicas mas não consegui encontrar nada que prestasse. Lembrei do Napster e decidi instalar para ver no que dava.

Fiz o cadastro, conectei-me ao sistema e, só para testar, procurei pelo nome de uma banda de que gosto, o Weezer. Segundos depois, uma lista enorme de músicas surgiu na tela.

Para minha surpresa, havia, além das faixas dos discos, uma porção de músicas obscuras das quais eu nunca tinha ouvido falar. Como fã de rock, eu acabava de descobrir o paraíso.

Era exatamente como entrar na mais completa loja de CDs do mundo e ter o direito de ouvir e levar para casa tudo o que quiser.

Desde então, o Napster virou uma companhia constante em minhas horas internéticas. Não demorei para notar como o esquema é compulsivo: após a primeira semana de uso, eu já havia sido consumido pelo "vício".

Houve dias em que minha "rotina Napster" começava às dez da noite e só terminava às cinco da madrugada. Em uma noite produtiva, conseguia baixar todo o último disco do Nada Surf (que só foi lançado na Europa), o novo do Supergrass e, de quebra, uma porção de músicas dos dois primeiros do Man or Astro-Man?

Depois, entrei na fase de velharias. E tome Devo, Cheap Trick e Thin Lizzy. Também encontrei esquisitices, como uma versão de "Barbie Girl", do grupo pop Aqua, cantada por Bill Clinton (!), o Metallica tocando a "Marcha Imperial" de "Guerra nas Estrelas" e até o "Parabéns para Você" dos Ramones, exibido em um episódio dos "Simpsons".

Material nacional também é fácil de achar. Em um dia de sorte, baixei de uma só vez "Menina Veneno", do Ritchie, "Olhar 43", do RPM, e "Papai Noel", do Garotos Podres.

Consegui também clássicos da fase religiosa de Roberto Carlos, com direito a versões em espanhol de "Jesus Cristo" e "Ave Maria".

Essa variedade toda acaba gerando fixações por coisas esdrúxulas. Tenho um amigo que só pega músicas de videogame e trilhas sonoras de desenhos animados japoneses, como "Jaspion" e "Spectreman".

Já outro, militante trotskista, disponibilizou para outros usuários alguns discursos de Lênin e o hino da ex-União Soviética. Sua próxima meta é encontrar versões da Internacional Socialista em diversas línguas.

Uma vez iniciado, o Napster é um vício difícil de ser largado. Hoje, tenho acumulados mais de 300 megabits de arquivos e mais de uma centena de músicas. O Napster é o futuro e veio mesmo para ficar.

Pablo Miyazawa, 22, é redator da revista "Nintendo World"

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