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09/10/2003 - 12h05

Site de inteligência de cidadãos dos EUA usa técnica do Napster

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da Folha Online

Com a aprovação na semana passada do controverso programa TIA (Terrorist Information Awareness) --que vai monitorar todas as atividades dos moradores dos EUA-- pelo governo do país, os cidadãos norte-americanos conquistaram o direito de contra-atacar seus governantes. E já planejam lançar um site baseado em mecanismos do extinto Napster para que os internautas publiquem informações sobre as atividades de organizações oficiais do governo, bem como de seus políticos.

Os dois pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), que estão por trás do projeto, enfrentam um sério problema: como fazer para se proteger contra ações legais no caso de alguma divulgação se provar falsa.

E é exatamente por isso que vão pegar emprestada uma técnica usada pela comunidade de troca de arquivos on-line. Ao invés de armazenar os dados em um único lugar, eles planejam distribuir as informações pela internet da mesma maneira como fazia o Napster, na época em que funcionava como um software para compartilhamento de músicas na web.

Assim como o TIA, o novo site, chamado GIA (Government Information Awareness), tem por objetivo coletar informações para a criação de um banco de dados que possa ser examinado para buscar eventuais comportamentos suspeitos dos governantes dos EUA.

Ele é baseado em um site que Chris Csikszentmihályi e Ryan McKinley, do MIT, criaram em julho. Este site http://opengov.media.mit.edu incentiva os cidadãos a postarem informações sobre organizações e políticos, como as empresas com as quais mantêm ligações e a fonte das doações para suas campanhas.

O site original foi hospedado nos servidores do MIT. Mas assim que foi lançado, teve que ser retirado do ar por conta da enxurrada de tráfego de dados e por preocupações com questões jurídicas.

Os pesquisadores não editam o conteúdo das mensagens postadas no site, e por isso ficaram preocupados com as eventuais consequências que publicações falsas ou maliciosas poderia ter para o próprio MIT.

Napster

Agora eles acreditam que ao adotar a tecnologia antes usada pelo Napster esse problema deixará de existir. Ao invés de armazenar os dados em um único servidor, as chamadas redes P2P (peer-to-peer) ficam em uma série de máquinas ligadas à internet, e as informações nela contidas podem ser baixadas diretamente de um computador para outro.

Para relançar o site, o MIT vai simplesmente prover as facilidades para a publicação e busca de dados.

"Será uma espécie de agência de inteligência dos cidadãos," disse Csikszentmihályi.

"É uma tática interessante na batalha pela liberdade civil nos EUA", disse Lee Tien, advogado da Electronic Frontier Foundation em San Francisco. Para ele, o site tem valor. Muitas pessoas sabem de histórias e fatos relevantes e precisam ser colocadas em contato."

Porém, se o MIT ficará mesmo livre de ações legais ainda é uma dúvida.

Alguns advogados dizem que se o conteúdo não for editado, ele não pode ser responsabilizado. Outros são mais cautelosos, e dizem que quem quer que hospede conteúdo difamatório corre riscos. Para os especialistas, o P2P é a maneira mais segura de fazer isso.
 

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