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23/10/2003 - 10h29

Queda nas vendas da fotografia tradicional derruba lucro da Kodak

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da France Presse, em Nova York (EUA)

A Eastman Kodak, grupo americano de foto e imagem, continua sofrendo com a queda nas vendas da fotografia tradicional. No terceiro trimestre, o lucro líquido da Kodak despencou, passando de US$ 334 milhões em 2002 para US$ 122 milhões este ano.

Mesmo assim, acionistas institucionais de peso da empresa questionam fortemente sua mudança de estratégia, agora focada no mercado digital.

O grupo se limitou a atribuir a baixa na diminuição de suas atividades, a "condições econômicas mundiais ruins e à progressiva transição para o digital", embora, segundo a agência de classificação Standard and Poor's, a fotografia tradicional represente 70% das vendas da Kodak.

Diante da acelerada degradação de seus resultados, o grupo emitiu inclusive uma advertência sobre seu lucro para 2003, que avalia em apenas entre US$ 1,15 e US$ 1,3 por ação, contrariando a expectativa geral de US$ 1,78 dos especialistas, de acordo com cálculos da agência especializada FirstCall.

No terceiro trimestre, o lucro por ação da Kodak foi de US$ 0,42, menor do que o esperado pelos analistas (US$ 0,57) e muito abaixo do que o registrado um ano antes (US$ 1,15).

Estratégia

Para enfrentar a crise, a Kodak anunciou no final de setembro um plano estratégico que aposta no digital e prevê que a empresa destine até US$ 3 bilhões para investimentos e aquisições para alcançar sua meta de volume de negócios em 2006.

Segundo o grupo, este plano deverá permitir atingir um volume de negócios de US$ 16 bilhões até 2006, ano em que o lucro por ação da empresa poderá superar os US$ 3.

Porém, a Kodak também falou sobre sua intenção de reduzir em 72% seus dividendos semestrais, a US$ 0,25 este ano. Esta pode ter sido a gota d'água para acionistas, cujos títulos não pararam de cair em 2003.

Alguns grandes acionistas do grupo expressaram seu desejo de que a Kodak abandone o programa digital e parecem determinados a questionar até a direção do grupo, revelou a edição de terça-feira do "The Wall Street Journal".

"Nossos resultados no terceiro trimestre reforçam o raciocínio por trás da estratégia que divulgamos em 25 de setembro", rebateu, de forma velada, o presidente da Kodak, Daniel Carp, acrescentando que "nossas atividades digitais continuam mostrando um crescimento sólido".

O faturamento da Kodak progrediu 3% no terceiro trimestre de 2003 em relação ao mesmo período do ano passado, a US$ 3,44 bilhões, e este aumento foi estimulado, principalmente, pela venda de máquinas de fotos digitais, justificou a empresa.

Hoje, no entanto, os investidores pareciam pensar que o pior já passou para a empresa americana. Na Bolsa de Nova York, o título da Kodak ganhava 0,17%, a US$ 23,68, em um mercado geralmente em baixa.
 

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