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02/04/2004 - 10h23

Debate pede internacionalização do governo da internet na AL

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da France Presse, em Montevidéu

A Lacnic (Latin American and Caribbean Network Information Centre), organização que administra os recursos da internet na América Latina e no Caribe, encerrou quatro dias de debate nesta quinta-feira, em Montevidéu, com um pedido para uma internacionalização maior do governo da rede mundial de computadores.

O diretor executivo do órgão, o uruguaio Raúl Echeberría, afirmou que o governo da rede, através da Icann, "precisa de maior internacionalização, caminho no qual parece estar trabalhando".

"Precisamos de informações em mais idiomas, tradução simultânea nas reuniões, continuar com o processo de abertura de escritórios regionais para melhorar a comunicação com os atores de cada região e processos adequados para promover uma maior participação do público", destacou Echeberría.

O diretor da Lacnic observou que "não se poderia ter escolhido um termo menos apropriado do que 'governo da internet' porque isso faz referência somente à administração e coordenação dos recursos da rede".

"Claramente não existe um 'governo da internet', nem a internet é 'governável' como um todo, pois há muitos e vários aspectos relacionados à rede que são discutidos em distintos âmbitos e organizações, e outros que estão condicionados a regulamentações e legislações locais", destacou.

"Sendo assim, não há organização ou um único âmbito" para os múltiplos aspectos relacionados à rede (comércio eletrônico, propriedade intelectual, comunicações, direitos humanos, educação, privacidade e outros), "nem um único organismo onde são tomadas decisões e, portanto, não existe o tão famoso governo da Internet".

Echeberría rejeitou alternativas ao atual modelo de administração da internet, como a criação de organismos intergovernamentais, mas admitiu, porém, que "algumas das reivindicações apresentadas pelos governos devem ser atendidas".

"O modelo mais sensato parece ser manter estas funções (de administração de recursos) em organizações participativas onde se expressem todos os interesses, onde o setor privado e as organizações da sociedade civil mantenham um papel importante" e haja "um nível de participação apropriado" dos governos, propôs.

Os operadores mais importantes da região e especialistas de todo o mundo participaram do encontro, que começou segunda-feira e terminou nesta quinta-feira, em Montevidéu, para analisar os temas do âmbito da Lacnic, organismo regional de administração dos endereços IPs (Internet Protocol), sediada nessa cidade uruguaia.

Os endereços IPs são os números --quatro cifras de até três dígitos, separadas por pontos-- que permitem que a pessoa navegue pela internet e utilize o correio eletrônico (e-mail).

Durante a reunião, Pawl Twomey, presidente da Icann (máxima autoridade internacional no atual funcionamento da Internet), participou da discussão sobre o futuro do governo da rede e sobre os esforços para melhorar a interconexão regional.

Durante as discussões, evitou-se falar sobre os problemas de conteúdo e adiou-se a abordagem de temas sociais como pornografia, família e internet, a guerra ao terrorismo e a privacidade.
 

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