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10/11/2004 - 10h06

Mulheres usam a web para difundir ideais feministas

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FERNANDO BADÔ
da Folha de S.Paulo

Usar a internet para difundir ideais feministas e aumentar a inserção de mulheres em um mundo que ainda é predominantemente masculino. Esses são, de um modo geral, os objetivos do ciberfeminismo, movimento que incentiva mulheres a usarem a rede como meio de adquirir conhecimento, para que a luta pela igualdade entre sexos possa alcançar novas fronteiras.

O movimento surgiu quando adeptas do feminismo viram nas novas tecnologias (principalmente na internet) um meio de aumentar a força feminina na busca da igualdade: "A rede é um meio de comunicação poderoso e não usá-la para disseminar conhecimento é um erro, e o feminismo se deu conta disso", diz Fernanda Weiden, 22, que é especialista em Linux da IBM do Brasil.

Ao lado de outras programadoras, ela integra o Projeto Software Livre Mulheres , cujo ideal é estimular a troca de informações sobre programas de código aberto entre mulheres e divulgar essa experiência ao mundo, além de ampliar a luta pela igualdade de gêneros e o debate sobre o respeito entre as diferenças pessoais.

Esse trabalho já rendeu resultados. Com apoio da Unesco e em parceria com o Coletivo Lua Nova, o projeto conseguiu criar o Telecentro Feminista, que foca redes de economia solidária compostas por mulheres e ensina a usar softwares livres para editar textos e montar planilhas de cálculo.

Origem

O ciberfeminismo teve sua gênese na Austrália, em 1991, quando quatro mulheres --Josephine Starrs, Juliane Pierce, Francesca da Rimini e Virginia Barratt-- criaram o grupo Vns Matrix e divulgaram o cibermanifesto para o século 21, uma homenagem a Donna Haraway, uma teórica cultural que, em 1985, escreveu "Manifesto para Ciborgues" (em inglês), uma crítica que usa ciborgues (robôs que, em ficção científica, são réplicas humanas) como metáfora de idéias favoráveis a diferenças.

Desde então, novos grupos surgiram e, conseqüentemente, aumentaram a força do movimento, por meio de diversas expressões, incluindo a artística, como é possível conferir em www.cyberfeminism.net, endereço que hospeda a coleção subRosa, onde trabalha Faith Wilding, uma paraguaia radicada nos EUA desde 1961 e uma das fundadoras do movimento de arte feminista: "Na definição da subRosa, o ciberfeminismo é uma manifestação do feminismo que foca nas novas tecnologias digitais a discussão para mudanças nas condições políticas, econômicas e pessoais nas vidas das mulheres", diz Wilding.

Games

Os estudos da professora Karen Keifer-Boyd, da universidade estadual da Pensilvânia, nos EUA, mostram que o estilo da maioria dos videogames atuais deve-se ao fato de os homens serem maioria entre os desenvolvedores. "Em minhas aulas, os três homens produziram jogos violentos. As 16 mulheres criaram games de responsabilidade social (como The Sims e Sim City)."

Um estudo de 2002 do instituto Margolis & Fischer apontou que mulheres gostam mais desse estilo de jogo, enquanto homens preferem os violentos. Tanto o estudo de Keifer-Boyd quanto o do grupo Margolis & Fischer servem como indicativo de que o mercado de games é quase todo direcionado para homens, deixando anseios femininos de lado.

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