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21/03/2005 - 11h24

É preciso movimentar-se a favor da internet segura

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GASTÃO MATTOS
Especial para a da Folha Online

Os negócios on-line no Brasil vem se desenvolvendo em grande propulsão nos últimos anos. Estimativas da Camara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico) dão conta que os internautas no Brasil movimentaram mais de R$ 7,5 bilhões em transações pela rede em 2004, envolvendo compra de bens de consumo, passagens aéreas e automóveis.

Quase metade do número de internautas, cerca de 15 milhões, relacionam-se com o seu banco via internet, tornando o Brasil um dos principais países em penetração do homebanking entre usuários habilitados. No mercado entre pessoas jurídicas os volumes são mais impressionantes, com transações da ordem de R$ 195 bilhões em 2004.

Isso quer dizer que, cada vez mais, as pessoas estão aproveitando as vantagens de comprar pela internet --pela comodidade, pela possibilidade de fazer sua encomenda a qualquer hora e pela tranqüilidade para pesquisar preços e condições. Mas e a segurança? Não é, também, uma vantagem?

Sim. Mas ela só existirá se você tomar cuidado. Comprar pela internet, ao contrário do que muita gente acha, é tão ou mais seguro do que sair de casa e enfrentar o trânsito para chegar ao shopping. E para se sentir seguro, é preciso ter orientação.

Para orientar o internauta, foi criado o primeiro movimento brasileiro em prol da internet segura, que reúne os maiores players de comércio eletrônico do país. Começamos pequenos e hoje somos gigantes, ao lado de American Express, Banco do Brasil, Extra.com, E-Consulting, IPDI, McAfee, Microsoft, Redecard, Serasa, Submarino, Symantec e Visanet.

O MIS (Movimento Internet Segura) conta, ainda, com empresas que endossam e apóiam o movimento como Folha de S.Paulo, Americanas.com, iG, Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Lojas Marisa, Magazine Luiza, Siciliano, Shoptime, Terra, Tok Stok, Yahoo!, UOL, AOL e MSN.

No inicio de abril desse ano, e depois de muitas reuniões, iremos mostrar o quão fortes ficamos. Chamaremos a imprensa e mobilizaremos a população em um forte apelo para que a segurança seja, definitivamente, uma vantagem para se comprar pela Internet.

Na imensa maioria dos casos, as fraudes na internet --relativamente poucas, diante do volume de operações realizadas diariamente pela rede-- aconteceram porque o próprio consumidor deixou de seguir algumas precauções, muito semelhantes às que toma para fazer compras numa loja qualquer.

Vamos mostrar que os trambiqueiros da rede não são gênios da eletrônica dedicados a disseminar dragões da maldade por inocentes computadores. Eles são os mesmos meliantes do mundo convencional e usam truques conhecidos simples para enganar usuários desatentos.

Então, o primeiro passo está aí. Só confie seus dados pessoais-- e isso inclui RG, CIC, título de eleitor, além de senhas e dados dos cartões-- para quem você tem absoluta confiança. Digitar sua senha dentro da área protegida do site do seu banco é válido. Confiá-la a um link que aparece numa mensagem vinda por e-mail, por mais bonito e comovente que seja o aspecto do fundo, não é.

Lembre-se que os bancos e outras grandes organizações usam a internet para lhe oferecer serviços altamente seguros. No combate aos dragões da maldade, os santos guerreiros também têm suas armas, e elas são muito sofisticadas. Por isso, os bancos têm programas tão modernos que chegam a acompanhar a maneira como você usa o seu cartão de crédito.

Se aparecer uma compra fora do normal, eles vão pedir confirmações extras (como dados pessoais) que quem achou, roubou ou clonou seu cartão não tem acesso. Fazer compras com cartões de crédito em lojas virtuais conhecidas é totalmente seguro. Nunca ocorreu um caso de fraude no Brasil com origem nesse tipo de operação.

Na ânsia de obter seus dados pessoais, a bandidagem recorre a tudo. Isso inclui ofertas mirabolantes, prêmios magníficos, facilidades piramidais. É o velho princípio do conto do vigário, lembra-se?

O negócio é despertar a ambição da vítima. Cuidado. Quando o milagre é demais, o santo desconfia. E, como na maior parte dos casos o outro lado não vê com quem fala, nem adianta lançar a desculpa de que o vendedor ficou encantado com seus belos olhos.

Não faça negócio com quem não se identifica, não tem políticas claras de segurança e privacidade e coloca exigências como pagamento adiantado.

Mas existem programas que podem rastrear seu computador e registrar uma compra que você fez, apanhando os dados para uso alheio, não é? Sim, eles existem. Mas, para funcionar, precisam primeiro invadir a sua máquina.

Por isso, nunca abra um anexo a uma mensagem sobre a qual você não se sente seguro. Desconfie principalmente de arquivos com terminação .com e .exe. E capriche nos seus sistemas de prevenção.

Além do antivírus, mantenha em funcionamento um firewall e um programa anti-spam. Existem vários, que você pode pegar até gratuitamente nos sites de download ou no seu provedor. E não se esqueça de mantê-los sempre atualizados.

Fique tranqüilo para usar as enormes vantagens do comércio e das transações pela internet. Basta apenas, como em todas as coisas, agir com cautela e bom-senso. Se fizer isso, terá ótimas compras.

Gastão Mattos é presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico e sócio da GMATTOS Projetos de Marketing. Coordena o Movimento Internet Segura. Seu e-mail de contato é gastao.mattos@camara-e.net. Para mais informações sobre o movimento, mande mensagem para mis@camara-e.net.

Os artigos publicados nesta seção não traduzem a opinião da Folha Online. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate sobre diversos assuntos em diferentes áreas do pensamento humano.
 

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