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23/03/2005
-
10h49
da Folha de S.Paulo
A emissora britânica BBC, que está criando um sistema de distribuição para que os espectadores assistam aos seus programas via internet, descobriu que a tecnologia de ponta também pode ser prejudicial.
A BBC, que é mantida por recursos do governo britânico, foi vítima de um software de troca de arquivos quando uma cópia do programa "Doctor Who", altamente esperado no Reino Unido, caiu na rede.
Milhares de pessoas, que não agüentavam ou não queriam esperar pela estréia do programa, baixaram cópias usando o BitTorrent.
Segundo pesquisa da empresa Envisional, os internautas britânicos são os que mais baixam programas de TV, especialmente programas da televisão norte-americana --que, no Reino Unido, são exibidos com meses de atraso.
O BitTorrent, que se presta tanto à pirataria quanto à distribuição lícita de arquivos, é responsável por 35% de todo o tráfego de dados na internet.
Ele é um sistema do tipo peer to peer, ou seja, cada internauta baixa os arquivos de outros usuários (não de um repositório central).
O software iMP, que está sendo desenvolvido pela BBC, usa uma estrutura similar, mas a emissora planeja proteger os arquivos distribuídos por meio dele --os vídeos não poderão ser copiados e distribuídos livremente. Apenas os lares britânicos, que anualmente pagam um imposto sobre televisão equivalente a US$ 230, poderão baixar e ver os vídeos.
Mark Thompson, diretor da emissora, admite oferecer o iMP também aos internautas que não moram no Reino Unido, mas eles teriam de pagar uma taxa.
A BBC já terminou a primeira rodada de testes do iMP e planeja iniciar um teste-piloto com 4.500 lares até o final do ano. Um projeto mais antigo, o BBC Radio Player, faz sucesso entre os internautas, que já baixaram mais de 4,2 milhões de horas de programação.
Além de incomodar a BBC, o software BitTorrent é alvo de ações judiciais. Depois de tirar do ar vários sites norte-americanos relacionados ao BitTorrent, os estúdios de Hollywood e a associação da indústria fonográfica estão processando dois ingleses, Alexander Hanff e Kevin Reid, que supostamente distribuíam arquivos piratas via BitTorrent.
Aparentemente alheio a tudo isso, o norte-americano Bram Cohen lançou a versão 4.0 do BitTorrent, cuja maior novidade é a interface gráfica remodelada.
O software ficou um pouco mais versátil, mas continua muito atrás, em sofisticação e praticidade, de seus clones. Os mais interessantes são o Azureus, que esbanja recursos, e o BitSpirit, fácil de usar.
Distribuição
Os softwares de troca de arquivos são acusados de facilitar a pirataria, mas, em alguns casos, podem servir como meio de expressão. Segundo o site da revista "Wired", o último disco da cantora norte-americana Fiona Apple foi parar nas redes peer to peer depois de ter seu lançamento vetado pela gravadora Sony.
De acordo com a empresa de monitoramento Big Champagne, a qualquer hora há pelo menos 38 mil usuários compartilhando as canções do álbum, que se chama "Extraordinary Machine". A questão deu até origem a um site (www.freefiona.com) em que fãs da cantora pedem o lançamento em CD das músicas.
Com agências internacionais
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A emissora britânica BBC, que está criando um sistema de distribuição para que os espectadores assistam aos seus programas via internet, descobriu que a tecnologia de ponta também pode ser prejudicial.
A BBC, que é mantida por recursos do governo britânico, foi vítima de um software de troca de arquivos quando uma cópia do programa "Doctor Who", altamente esperado no Reino Unido, caiu na rede.
Milhares de pessoas, que não agüentavam ou não queriam esperar pela estréia do programa, baixaram cópias usando o BitTorrent.
Segundo pesquisa da empresa Envisional, os internautas britânicos são os que mais baixam programas de TV, especialmente programas da televisão norte-americana --que, no Reino Unido, são exibidos com meses de atraso.
O BitTorrent, que se presta tanto à pirataria quanto à distribuição lícita de arquivos, é responsável por 35% de todo o tráfego de dados na internet.
Ele é um sistema do tipo peer to peer, ou seja, cada internauta baixa os arquivos de outros usuários (não de um repositório central).
O software iMP, que está sendo desenvolvido pela BBC, usa uma estrutura similar, mas a emissora planeja proteger os arquivos distribuídos por meio dele --os vídeos não poderão ser copiados e distribuídos livremente. Apenas os lares britânicos, que anualmente pagam um imposto sobre televisão equivalente a US$ 230, poderão baixar e ver os vídeos.
Mark Thompson, diretor da emissora, admite oferecer o iMP também aos internautas que não moram no Reino Unido, mas eles teriam de pagar uma taxa.
A BBC já terminou a primeira rodada de testes do iMP e planeja iniciar um teste-piloto com 4.500 lares até o final do ano. Um projeto mais antigo, o BBC Radio Player, faz sucesso entre os internautas, que já baixaram mais de 4,2 milhões de horas de programação.
Além de incomodar a BBC, o software BitTorrent é alvo de ações judiciais. Depois de tirar do ar vários sites norte-americanos relacionados ao BitTorrent, os estúdios de Hollywood e a associação da indústria fonográfica estão processando dois ingleses, Alexander Hanff e Kevin Reid, que supostamente distribuíam arquivos piratas via BitTorrent.
Aparentemente alheio a tudo isso, o norte-americano Bram Cohen lançou a versão 4.0 do BitTorrent, cuja maior novidade é a interface gráfica remodelada.
O software ficou um pouco mais versátil, mas continua muito atrás, em sofisticação e praticidade, de seus clones. Os mais interessantes são o Azureus, que esbanja recursos, e o BitSpirit, fácil de usar.
Distribuição
Os softwares de troca de arquivos são acusados de facilitar a pirataria, mas, em alguns casos, podem servir como meio de expressão. Segundo o site da revista "Wired", o último disco da cantora norte-americana Fiona Apple foi parar nas redes peer to peer depois de ter seu lançamento vetado pela gravadora Sony.
De acordo com a empresa de monitoramento Big Champagne, a qualquer hora há pelo menos 38 mil usuários compartilhando as canções do álbum, que se chama "Extraordinary Machine". A questão deu até origem a um site (www.freefiona.com) em que fãs da cantora pedem o lançamento em CD das músicas.
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