Publicidade
Publicidade
07/04/2005
-
10h01
CÍNTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo
Sem investimentos pesados --e urgentes-- em educação, o Brasil poderá seguir numa trajetória descendente no ranking que mede o desenvolvimento de ICT (sigla em inglês para tecnologia da informação e da comunicação).
"A América Latina não se move de modo rápido o suficiente em relação à Ásia em termos de acesso à internet, por exemplo. No Brasil, a real fraqueza não é a questão da internet, mas a burocracia na máquina administrativa, no ambiente regulatório e a falta de clareza nas prioridades do Orçamento para a educação", avaliou Augusto López-Carlos, diretor-executivo do Fórum Econômico Mundial.
No começo de março, o Fórum Econômico Mundial Brasil divulgou um ranking que mostrava o Brasil na 46ª posição entre os países com maior grau de desenvolvimento tecnológico em 2004. Na avaliação anterior, o país estava em 39º lugar. Ontem, o economista López-Carlos esteve em São Paulo para detalhar os componentes da pesquisa.
O índice leva em consideração diversos fatores da estrutura econômica e tecnológica de um país, desde o ambiente macroeconômico passando pela capacidade que as empresas e os governos têm de adotarem ferramentas de tecnologia da informação. Aos diversos itens, são atribuídas notas de 0 a 100. Quanto menor o valor, maior é o grau de avanço tecnológico dessa sociedade.
No indicador que mede o número de usuários de internet por 100 habitantes, o Brasil obtém nota 53, a Argentina, 47 e o Chile, 34. Esses dados são de 2002, última informação disponível.
Mas, na avaliação de López-Carlos, o indicador mais preocupante para o desenvolvimento tecnológico brasileiro está na dificuldade para abrir pequenas empresas. Em países como Israel, os pequenos empreendimentos são um dos principais responsáveis pelo surgimento de novas tecnologias.
"Segundo sondagem com empresários, a nota para a facilidade de abrir um negócio no Brasil é 96. No Chile é 52", argumentou o economista. Entre os países latino-americanos, o Chile é o mais bem colocado e ocupa a 35ª posição. Cingapura lidera o ranking.
Piores indicadores
Nos itens relativos à educação, o Brasil recebe as piores avaliações. Com relação à qualidade das escolas públicas, o Brasil recebeu uma nota 81. No indicador que mede a qualidade do ensino de ciências e de matemática, a nota é 79.
"Os investimentos em educação podem levar certo tempo para dar resultado, mas têm que ser feitos com urgência. O desenvolvimento tecnológico é uma corrida, quem não avança fica para trás", sentenciou López-Carlos.
Leia mais
Brasil cai em ranking mundial de tecnologia e fica atrás de Chipre e Bahrein
Especial
Leia o que já foi publicado sobre desenvolvimento de tecnologia
Brasil pode cair ainda mais em ranking mundial de tecnologia
Publicidade
da Folha de S.Paulo
Sem investimentos pesados --e urgentes-- em educação, o Brasil poderá seguir numa trajetória descendente no ranking que mede o desenvolvimento de ICT (sigla em inglês para tecnologia da informação e da comunicação).
"A América Latina não se move de modo rápido o suficiente em relação à Ásia em termos de acesso à internet, por exemplo. No Brasil, a real fraqueza não é a questão da internet, mas a burocracia na máquina administrativa, no ambiente regulatório e a falta de clareza nas prioridades do Orçamento para a educação", avaliou Augusto López-Carlos, diretor-executivo do Fórum Econômico Mundial.
No começo de março, o Fórum Econômico Mundial Brasil divulgou um ranking que mostrava o Brasil na 46ª posição entre os países com maior grau de desenvolvimento tecnológico em 2004. Na avaliação anterior, o país estava em 39º lugar. Ontem, o economista López-Carlos esteve em São Paulo para detalhar os componentes da pesquisa.
O índice leva em consideração diversos fatores da estrutura econômica e tecnológica de um país, desde o ambiente macroeconômico passando pela capacidade que as empresas e os governos têm de adotarem ferramentas de tecnologia da informação. Aos diversos itens, são atribuídas notas de 0 a 100. Quanto menor o valor, maior é o grau de avanço tecnológico dessa sociedade.
No indicador que mede o número de usuários de internet por 100 habitantes, o Brasil obtém nota 53, a Argentina, 47 e o Chile, 34. Esses dados são de 2002, última informação disponível.
Mas, na avaliação de López-Carlos, o indicador mais preocupante para o desenvolvimento tecnológico brasileiro está na dificuldade para abrir pequenas empresas. Em países como Israel, os pequenos empreendimentos são um dos principais responsáveis pelo surgimento de novas tecnologias.
"Segundo sondagem com empresários, a nota para a facilidade de abrir um negócio no Brasil é 96. No Chile é 52", argumentou o economista. Entre os países latino-americanos, o Chile é o mais bem colocado e ocupa a 35ª posição. Cingapura lidera o ranking.
Piores indicadores
Nos itens relativos à educação, o Brasil recebe as piores avaliações. Com relação à qualidade das escolas públicas, o Brasil recebeu uma nota 81. No indicador que mede a qualidade do ensino de ciências e de matemática, a nota é 79.
"Os investimentos em educação podem levar certo tempo para dar resultado, mas têm que ser feitos com urgência. O desenvolvimento tecnológico é uma corrida, quem não avança fica para trás", sentenciou López-Carlos.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Novo acelerador de partículas brasileiro deve ficar pronto até 2018
- Robôs que fazem sexo ficam mais reais e até já respondem a carícias
- Maratona hacker da ONU premia app que conecta médico a pacientes do SUS
- Confira lista de feeds do site da Folha
- Facebook e Google colaboram para combater notícias falsas na França
+ Comentadas