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13/07/2005 - 13h01

Telefone celular reproduz música com qualidade

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da Folha de S. Paulo

Os celulares com câmera já são coisa conhecida por todos --agora, a música digital está rapidamente se tornando o novo Eldorado da indústria de telefones celulares. "Todas as operadoras com as quais nos encontramos dizem que o serviço mais importante neste ano é a oferta de canções para celulares", diz Svante Holm, diretor de vendas de músicas da gigante da telefonia móvel Ericsson.

O uso de músicas em celulares começou modestamente em 1998, quando uma pequena operadora finlandesa, a Radiolinja, lançou o primeiro serviço de ringtones (campainhas com sons diferentes) para a Nokia, líder mundial na fabricação de celulares.

Na época revolucionários, os ringtones de som metálico tornaram-se obsoletos. Foram ultrapassados pelas campainhas polifônicas, que, por sua vez, logo cederam espaço para os true tones --trechos de canções em MP3.

Nos EUA e na Europa, os usuários também dispõem de ringbacks, canções reproduzidas enquanto se espera que a ligação seja completada --serviço que ainda não é oferecido pelas principais operadoras brasileiras.

Toca-MP3

Com a rápida evolução dos ringtones, não demorou muito para que as empresas fabricantes de celular percebessem o potencial musical dos aparelhinhos, cujo próximo passo é acumular as funções de telefone e de tocador de MP3, com direito à aquisição de faixas digitais em lojas de música on-line.

"Os celulares têm mais memória e seu desempenho está melhorando rapidamente", diz Holm, da Ericsson, salientando que já é possível encher o aparelhinho com centenas de músicas.

As fabricantes também apostam na praticidade dessa fusão. "A maioria das pessoas não carrega seus aparelhos portáteis de música o tempo todo, mas estão sempre com seus celulares", explica Damian Stathonikos, gerente de comunicação de serviços multimídia da Nokia.

O fornecimento de canções fica a cargo das lojas virtuais de música, que vêm consolidando parcerias com as fabricantes.

No mês passado, a Ericsson uniu forças com a loja de músicas on-line Napster. Longe de seus dias de fama como meio de download ilegal, a Napster, que agora vende canções dentro da lei, ajudará a Ericsson a oferecer o serviço mediante pagamento de taxa.

As duas empresas criarão uma plataforma para download, que estará disponível para as operadoras de todo o mundo (inicialmente, apenas para as européias) no ano que vem.

Outra aliança promissora foi estabelecida entre as americanas Apple e Motorola. Um novo aparelho, equipado com um software para download de canções da iTunes Music Store, loja on-line da Apple, deve ser lançado nas próximas semanas.

Concorrência

A soma dos esforços de ambas promete ser devastador para a concorrência. A Apple detém 70% do mercado mundial de músicas on-line e, com seu tocador iPod, 75% do mercado mundial de aparelhos portáteis de música de alta qualidade. Já os lançamentos da Motorola vêm garantindo para a empresa uma grande fatia do novo e promissor mercado de músicas para telefones móveis.

A líder mundial de celulares Nokia também não quer perder tempo. Em abril, a empresa anunciou o que chamou de "o melhor aparelho de música já lançado": o N91, com capacidade para 3.000 canções. A marca deve anunciar, em breve, o seu próprio serviço de música, usando o catálogo on-line Loudeye (www.loudeye.com). Segundo dados da empresa, a Nokia vendeu, em 2004, 10 milhões de aparelhos com capacidade de reprodução musical e espera vender 40 milhões deles neste ano.

A Sony Ericsson também viu seu celular que toca músicas, o K750i, sumir das prateleiras e deve lançar em breve um novo telefone com a famosa marca "Walkman".

Artistas

Até os músicos estão querendo aproveitar a onda dos celulares musicais. Andy Cato, da banda Groove Armada, decidiu driblar as gravadoras e lançar ele mesmo seus ringtones. O músico disponibilizará no site britânico de conteúdo para celular O2 (www.o2.co.uk) duas canções por semana para download, ao preço de 1 cada uma. No Brasil, ringtones de diversos artistas podem ser adquiridos no site da emissora MTV (www.mtv.pmovil.com.br).

Os telefones com som de qualidade farão com os aparelhos de música mais simples o que os celulares com câmera fizeram com as máquinas digitais inferiores: tomar o seu lugar.

No entanto, analistas dizem que, embora as músicas sejam a nova onda dos celulares, seu sucesso pode não ter um impacto muito grande nas vendas.

Os altos preços dos novos aparelhos e dos serviços multimídia e a limitação da duração da bateria do celular, que a reprodução de canções pode impor, parecem ser os últimos obstáculos a serem vencidos para que os telefones tocadores decolem de uma vez.

Com agências internacionais e tradução de Flávio da Rocha Silveira

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