Publicidade
Publicidade
01/08/2006
-
16h32
da Folha Online
"Há 2.000 anos, em Canaã, Jesus transformou água em vinho. Hoje em Qana, forças israelenses transformam crianças em cinzas", escreveu o libanês Mazen Kerbaj em seu blog (mazenkerblog.blogspot.com), após o bombardeio israelense de Qana al Jalil, cidade a 85 quilômetros de Beirute, ao sul de Tiro. No ataque, ocorrido no último domingo (30), mais de 56 pessoas morreram, 37 delas crianças.
Se a referência bíblica que Mazen evoca é polêmica --os israelenses, apoiados por muitos especialistas, situam o milagre de Caná ou Canaã em um povoado homônimo da Galiléia--, o blog deste libanês de 30 anos é um bom exemplo do que se pode encontrar na rede.
Os diários virtuais se tornaram um arquivo extraordinário sobre as experiências das pessoas que sofrem com o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hizbollah, afirmam especialistas.
"Tudo está fechado hoje, dia de luto nacional simbólico em memória das vítimas de Qana", escreve Pamela Chrabieh Badine. Ela se apresenta como uma artista libanesa em seu blog (pchrabieh.blogspot.com), que traz ainda a foto de uma criança morta.
Já Doha, 25, comparou o bombardeio de Qana ao "êxodo de um sonho" em uma página coletiva (lebanesebloggers.blogspot.com).
A guerra em solo libanês está cheia de testemunhos, comentários, desenhos, vídeos e fotos. Esses espaços para a expressão e o debate entre israelenses e libaneses já eram muito numerosos antes do conflito, mas a guerra lhes deu um impulso ainda maior.
Nicolas Dupuy, consultor francês sobre multimídia, explica à agência France Presse que "o interesse do 'blog' no tratamento do conflito é, no entanto, menos informativo que cultural ou social". Philippe Martin, especialista francês radicado no Canadá, destaca em nayezpaspeur.ca/blog que existe uma "grande diferença" entre as informações provenientes da imprensa tradicional e a advinda dos blogs.
"A mídia tradicional informa mais sobre as mobilizações militares, o balanço de perdas físicas e materiais, as posições políticas, os objetivos e estratégias", diz Martin. Os blogs, no entanto, "nos falam mais com o coração, as emoções, o que foi vivido", acrescenta.
Para Loic Le Meur, pioneiro francês dos blogs, "agora a opinião se expressa diretamente nos blogs de milhões de pessoas". A internet é "o único espaço não moderado de conversa pública entre libaneses, israelenses e os observadores do mundo inteiro que dão suas opiniões", disse Le Meur.
Com France Presse
Especial
Leia o que já foi publicado sobre blogs
Libaneses registram relatos dos ataques em blogs
Publicidade
"Há 2.000 anos, em Canaã, Jesus transformou água em vinho. Hoje em Qana, forças israelenses transformam crianças em cinzas", escreveu o libanês Mazen Kerbaj em seu blog (mazenkerblog.blogspot.com), após o bombardeio israelense de Qana al Jalil, cidade a 85 quilômetros de Beirute, ao sul de Tiro. No ataque, ocorrido no último domingo (30), mais de 56 pessoas morreram, 37 delas crianças.
Se a referência bíblica que Mazen evoca é polêmica --os israelenses, apoiados por muitos especialistas, situam o milagre de Caná ou Canaã em um povoado homônimo da Galiléia--, o blog deste libanês de 30 anos é um bom exemplo do que se pode encontrar na rede.
Os diários virtuais se tornaram um arquivo extraordinário sobre as experiências das pessoas que sofrem com o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hizbollah, afirmam especialistas.
"Tudo está fechado hoje, dia de luto nacional simbólico em memória das vítimas de Qana", escreve Pamela Chrabieh Badine. Ela se apresenta como uma artista libanesa em seu blog (pchrabieh.blogspot.com), que traz ainda a foto de uma criança morta.
Já Doha, 25, comparou o bombardeio de Qana ao "êxodo de um sonho" em uma página coletiva (lebanesebloggers.blogspot.com).
A guerra em solo libanês está cheia de testemunhos, comentários, desenhos, vídeos e fotos. Esses espaços para a expressão e o debate entre israelenses e libaneses já eram muito numerosos antes do conflito, mas a guerra lhes deu um impulso ainda maior.
Nicolas Dupuy, consultor francês sobre multimídia, explica à agência France Presse que "o interesse do 'blog' no tratamento do conflito é, no entanto, menos informativo que cultural ou social". Philippe Martin, especialista francês radicado no Canadá, destaca em nayezpaspeur.ca/blog que existe uma "grande diferença" entre as informações provenientes da imprensa tradicional e a advinda dos blogs.
"A mídia tradicional informa mais sobre as mobilizações militares, o balanço de perdas físicas e materiais, as posições políticas, os objetivos e estratégias", diz Martin. Os blogs, no entanto, "nos falam mais com o coração, as emoções, o que foi vivido", acrescenta.
Para Loic Le Meur, pioneiro francês dos blogs, "agora a opinião se expressa diretamente nos blogs de milhões de pessoas". A internet é "o único espaço não moderado de conversa pública entre libaneses, israelenses e os observadores do mundo inteiro que dão suas opiniões", disse Le Meur.
Com France Presse
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Novo acelerador de partículas brasileiro deve ficar pronto até 2018
- Robôs que fazem sexo ficam mais reais e até já respondem a carícias
- Maratona hacker da ONU premia app que conecta médico a pacientes do SUS
- Confira lista de feeds do site da Folha
- Facebook e Google colaboram para combater notícias falsas na França
+ Comentadas
