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31/01/2001 - 18h03

Mercado de celulares está perto do ponto de saturação na Europa

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da Deutsche Welle

Os anos dourados da telefonia móvel na Europa parecem estar no fim. Diante de altos prejuízos, a Ericsson sueca retirou-se da produção de celulares, que continuarão sendo fabricados sob a sua marca pela empresa americana Flextronics.

O grupo finlandês Nokia apresentou ontem (30) um bom balanço referente ao ano passado, mas conta com uma redução da demanda em 2001. Líder do mercado mundial de celulares com uma parcela de 32%, a Nokia aumentou seu lucro bruto em 52% em 2000, mas indicou que o lucro líquido na venda de celulares caiu ligeiramente, devido à dura concorrência no setor.

A Siemens, por sua vez, vendeu 9,3 milhões de celulares, somente no último trimestre de 2000, ou seja, o dobro do mesmo período no ano anterior. No entanto, ao apresentar hoje, em Munique, o balanço anual da empresa, o presidente da Siemens, Heinrich von Pierer, observou que "está ficando difícil a situação no mercado".

Saturação
Fato é que o mercado de telefonia móvel na Europa está perto de chegar a seu limite natural de saturação. Há um celular na metade dos domicílios europeus, o que leva a supor que as vendas não continuarão crescendo nas mesmas proporções do passado.

Em 1999, o número de usuários de celular aumentou 70% na Alemanha para 23,7 milhões de pessoas e as autoridades do setor calcularam, então, que haveria 35 milhões de usuários no final de 2000. A realidade ultrapassou as expectativas e hoje há mais telefones móveis do que linhas fixas no país e mais de 48 milhões de alemães têm celular.

As operadoras de rede também aumentaram sua clientela. O líder do mercado alemão é a D2 da Vodafone (Mannesmann), com 19,2 milhões de clientes, seguido da Deutsche Telekom, com 19,1 milhões. A E-Plus conta com 6,6 milhões e a Viag Interkom, subsidiária da British Telecom, com mais 3,2 milhões. O crescimento aqui deverá ser limitado.

Novas chances
Significa isso que foram-se os tempos em que a Nokia vendia mundialmente 128,4 milhões de aparelhos por ano, a Ericsson 43,3 milhões e a Siemens 24 milhões? Não necessariamente. Na Europa, os grandes fabricantes apostam, em primeiro lugar, na procura sempre por novos modelos.

Por outro lado, os novos padrões GPRS e, posteriormente, UMTS (Universal Mobile Telecommunications System), da terceira geração de celulares, irão estimular uma nova demanda. Como global players, Nokia, Siemens e companhia não dependem somente da Europa, contando com boas vendas na China e na América Latina, regiões de um verdadeiro boom da telefonia móvel.

Por outro lado, o mercado de celulares nos EUA está mais atrasado que o europeu, pois só há um celular em cada três residências, segundo o presidente da operadora americana Voicestream, John Stanton. Outra dificuldade são os diferentes padrões, que impedem uma boa comunicação por celular além das fronteiras regionais. Se o padrão GSM se impuser, também é de se contar nos Estados Unidos com um boom semelhante ao da Europa.

Os fabricantes de celulares terão que acostumar seus acionistas a menores taxas de crescimento, mas as perspectivas não são más. No ano passado, foram vendidos em todo o mundo 405 milhões de celulares e, em 2003, será ultrapassada a marca de um bilhão.

O prognóstico é de Kai-Uwe Ricke, presidente da T-Mobil, a subsidiária de telefonia móvel da Deutsche Telekom. Diante disso, não se pode falar em "vacas magras" para os gigantes do ramo.

 

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