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05/02/2001 - 15h18

Computador popular com Linux? Por que não?

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FRANCISCO MADUREIRA
Coordenador de Informática
da Folha Online

Na semana passada, o governo anunciou planos para incentivar a produção e a comercialização de um computador popular, que sairá entre R$ 400 e R$ 500. Fosse só isso, e a imprensa teria saído a elogiar a iniciativa.

Mas um pequeno fato impediu o alarde: o sistema operacional utilizado pelo computador seria o Linux, programa de código-fonte aberto e, também por isso, gratuito. Muitos consideram o Linux difícil de usar, principalmente para os iniciantes.

Lembro quando comecei a dirigir, e sonhava em ter um carro. Eu ainda não tinha começado a trabalhar, e meu pai não estava disposto a me comprar um. Para brincar comigo, ele dizia: "Filho, se você quer tanto um carro, por que você não compra um Fusca?".

Fiquei surpreso com a pergunta dele. Preferia andar de ônibus a ter um Fusca. Com todos os meus preconceitos pequeno-burgueses, andei um bom tempo a pé até ter dinheiro suficiente para comprar um carro com refrigeração a água, cujo motor não fazia aquele barulho todo.

Hoje, alguns anos depois, vejo a mesma tolice que tive para com o carro em quem diz: "Um computador popular com Linux nunca vai pegar". Se uma pessoa pode ter acesso a Internet, e-mail e todas as outras maravilhas do mundo on line por apenas R$ 500, será a cara do computador que a afastará disso?

Um Fusca e uma BMW me levam para onde eu quiser. E a manutenção do Fusca é até mais barata.

Além disso, quem sabe seja injusto com o Linux compará-lo a um Fusca. O pinguim, como é carinhosamente chamado por seus fãs, é um sistema operacional poderoso e muito mais inteligente que o famoso Windows em muitos aspectos.

A vantagem do Windows é que, por ter mais estrada que seu (ainda) pequeno concorrente, teve mais críticos e, portanto, mais chance de evoluir. O que impede que isso aconteça com o Linux?

Respondo: resistência à mudança. Em vez de ter um menu amarelo e clicar no botão "x", você terá um menu roxo e clicará no botão "y".

Para quem nunca teve a oportunidade de sentar na frente de um computador e navegar tranquilamente pela Internet, isso não fará diferença nenhuma. Principalmente porque, sem os (pre)conceitos janelísticos, ele terá para com o Linux as mesmas críticas que tínhamos em relação ao Windows, dez anos atrás.

Você deixaria de comprar um computador por R$ 500 só por causa do Linux? Clique aqui e dê sua opinião.

 

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