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12/02/2001 - 16h19

Corte abre caminho para o fechamento do Napster

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da Folha Online*


  • Corte que julgou o Napster considerou o videocassete ilegal há 20 anos
  • Bertelsmann continuará investindo na Napster
  • Artistas têm opiniões diferentes
  • Napster pede que usuários protestem no Congresso
  • Entenda como o MP3 levou o Napster à revolução da Web
  • Indústria fonográfica vibra com decisão da Justiça
  • Corte abre caminho para o fim do Napster


    A 9ª Corte de Apelações dos Estados Unidos abriu caminho hoje para que o serviço de troca de músicas Napster seja encerrado. Os juizes responsáveis pela decisão julgaram que o serviço infringe os direitos autorais reservados às gravadoras e aos artistas.

    O Napster terá de evitar que os usuários tenham acesso a material com direitos autorais reservados.

    A Corte enviou o caso novamente para a justiça distrital, que irá prosseguir no julgamento do processo movido pela Riaa (Associação Americana da Indústria Fonográfica, na sigla em inglês).

    Até que a Corte Distrital tome a decisão final, o serviço continuará no ar e os usuários poderão baixar músicas.

    "Essa é uma vitória clara. A Corte de Apelações acredita que a proibição é garantida e necessária", disse Hilary Rosen, presidente da Riaa.

    Os usuários podem continuar baixando as músicas por sites alternativos, como o Gnutella. Daqui a pouco tanto Napster quanto Riaa devem se pronunciar sobre a decisão.

    Na prática, a decisão proíbe que os internautas troquem músicas de bandas como o Metallica, um dos primeiros conjuntos a bater de frente contra o serviço e pedir seu fechamento.

    O Napster foi uma das maiores revoluções que a Internet já viu. Criado em 1999 pelo estudante norte-americano Shawn Fanning, 19, famoso nas capas de revista de informática pela calça jeans e pelo boné, ele interliga os discos rígidos de milhares de internautas. O objetivo: trocar músicas no formato MP3.

    Quando as gravadoras começaram a perceber que seus lucros estavam ameaçados, entraram na Justiça norte-americana e pediram o fechamento do serviço de troca de músicas pela Internet. A Napster recorreu da decisão, e o programa continua podendo ser utilizado.

    De certo ponto de vista, proibir o uso do Napster seria o mesmo que condenar a venda de fitas cassete, tão utilizadas nos anos 80 (e ainda hoje) para gravar músicas do rádio ou de fitas originais de amigos. Afinal, o que o programa fez foi levar a "essência" do ato de copiar música para o mundo digital.

    Por outro lado, as gravadoras alegam que, como a cópia das músicas é digital, o usuário teria no micro uma cópia fiel das canções. No caso do MP3, não há o desgaste físico e a imperfeição das cópias, como no caso das fitas cassete.

    "Trata-se de um generalizado desmascaramento: é a indústria fonográfica em convulsão, em todo o mundo, tentando emperrar os avanços do MP3 e derivados, são as rádios oficiais tentando botar a polícia atrás de rádios comunitárias, artistas são obrigados ao silêncio por meio de ameaças, enquanto outros artistas (representantes da situação nas grandes gravadoras) ameaçam o público com dramatizações violentas e propagandas humilhantes (vide o caso do Metallica versus Napster e dos nossos artistas fazendo anúncios contra a pirataria)", disse o músico Lobão em entrevista à da Folha, no ano passado.

    No ano passado, a Napster contratou o advogado David Boies para fazer sua defesa. Dono de um currículo invejável, ele ajudou o governo dos EUA a vencer o processo antitruste contra a Microsoft.

    Agora que a Justiça proibiu a troca de músicas pelo Napster, o que você vai fazer? Clique aqui e responda.

    *com agências internacionais
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