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18/04/2001 - 04h47

Rede ajuda a preservar cultura indígena

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MARCELO GRIMBERG, da Folha de S.Paulo

Quando Cabral chegou ao Brasil, em 1500, toda a terra era ocupada por índios. Hoje, 501 anos depois, os povos indígenas estão em número menor e em uma área menor, mas têm começado a ocupar um ambiente que, até alguns anos atrás, era restrito a universidades e outros grupos fechados: a internet.

O espaço virtual e a informática, aos poucos, têm ganhado o toque do índio, principalmente com sites que apresentam números, novidades, informações históricas e culturais, projetos e estudos relacionados à cultura indígena.

Na rede mundial, um ponto de partida, em português, para encontrar informações sobre povos indígenas é o site da Funai (Fundação Nacional do Índio), em www.funai.gov.br.

Nele é possível conhecer, por exemplo, quais etnias estão presentes por Estado e por quantas pessoas cada uma delas é formada. O site também apresenta uma série de links para páginas de temas relacionados, incluindo a do Museu do Índio (www.museudo indio.org.br).

Segundo estimativas do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), com dados do IBGE, a população indígena no Brasil, atualmente, é de cerca de 620 mil.

De acordo com a Funai, 330 mil vivem em localidades isoladas. Para levar a informática a eles, geralmente é necessária a iniciativa de grupos independentes, mas há quem consiga, de maneira independente, entrar em contato com o computador e criar com ele.

Esse é o caso de Jesus Tserenhihi, xavante que, no ano passado (na época com 16 anos), fez um CD-ROM, "A'unê Uptabi" (índio verdadeiro, em xavante), sobre seu povoado -a aldeia Dom Bosco, em Poxoreó (MT)- e a cultura de sua etnia.

Dia do Índio
Amanhã, 19 de abril, é o Dia Nacional do Índio. A internet também explica, para quem não sabe, por que essa data foi escolhida.

Indo a páginas como a www.pr. gov.br/prindigena/dia.html e a www.museudoindio.org.br/cri/ tema2.htm, o internauta descobre que a data, instituída no calendário brasileiro em 1943, foi definida em 1940, quando, na cidade de Patzcuaro (México), foi organizado o primeiro Congresso Indigenista Interamericano.

O dia 19 de abril foi a data em que, depois de dias relutando, representantes de povos indígenas começaram efetivamente a participar do congresso.

Uso restrito
Para representantes de ONGs que trabalham com a causa indígena com quem a Folha entrou em contato, a internet tem importância de exposição e divulgação de idéias e trabalhos, mas não é possível utilizá-la de forma muito intensa, principalmente por problemas técnicos.

"Índios têm muita vontade de se comunicar com outros índios. Se houvesse maior quantidade e qualidade de linhas telefônicas no interior do país, a internet poderia ser usada para ajudá-los nessa comunicação", diz Marina Kahn, coordenadora de projetos do ISA (Instituto Socioambiental).

Mas isso não significa que o uso da rede em causas sociais não seja válido. "Desde que o nosso site foi ao ar, houve um aumento sensível no contato de pessoas que querem se tornar voluntárias ou que procuram informações para divulgar em seus Estados. Esse é o poder de mobilização que a internet tem e que ainda não foi muito explorado", afirma Kátia Vasco, assessora de imprensa do Cimi.

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