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21/07/2000 - 05h01

Interatividade abala modelos tradicionais

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da Folha de S.Paulo

Se os artistas chamados conceituais já pregavam, nos anos 70, a morte da arte enquanto objeto e representação do mundo, a virtualidade da rede nos anos 90 potencializou esse discurso, fazendo emergir arte centrada em conceitos como informação, comunicação e interação.

Mais do que a estética, interessa a idéia por trás da imagem, bem como o estímulo à intervenção do navegador. Assim, a Internet e a via digital representam não só uma ameaça à perenidade do livro, mas abalam também o curso de outros meios de expressão, como a pintura e a escultura.

A Espanha conta com um time privilegiado dedicado ao setor. Entre os principais nomes, o catalão Antoní Muntadas, considerado o pai da net art espanhola (e conhecido no Brasil por mostras em galerias e museus), mantém várias e-criações disponíveis na rede.

As mais conhecidas são "The File Room" e "On Translation". A primeira foi produzida em 94 por encomenda da galeria Randolph Street, de Chicago. Trata-se de um gigantesco arquivo comunitário sobre os casos de censura cultural no mundo, que permite acréscimos (www.thefileroom.org).

"On Translation" (98) esteve na 10ª Documenta de Kassel. Inspirada no jogo infantil do telefone sem fio, a obra estampa uma frase em inglês submetida, em esquema espiral, a traduções para 23 idiomas, perdendo assim gradativamente o sentido original. Está hospedada na Adaweb (http://adaweb.walkerart.org/influx/muntadas), que reúne clássicos do gênero.

Outro endereço obrigatório no terreno da arte mais conceitual em Internet é o do Critical Art Ensemble, de cinco artistas nova-iorquinos. O grupo explora as intersecções entre arte, tecnologia, política (radical) e crítica literária, questionando a noção de autoria no fluxo contínuo que é a rede. O site www.critical-art.net oferece o registro da performance "Flesh Machine" ("Máquina de Carne"), sobre as novas tecnologias de reprodução. Nela, usuários de um CD-ROM são convidados a fazer doação de seus órgãos para uma falsa companhia de biotecnologia (BioCom).

O brasileiro Eduardo Kac também faz sucesso internacional com obras interativas. Ensinando atualmente na Escola do Instituto de Artes de Chicago, Kac emula processos de mutação transgênica, como se pode ver nos trabalhos incluídos no site www.ekac.org.
(AM)

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