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06/07/2001 - 20h50

Para o consumidor, preço é maior atrativo do CD pirata

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FRANCISCO MADUREIRA
Editor de Informática da Folha Online
MARCELO GRIMBERG
da Folha de S.Paulo

Conversamos com muitas das pessoas que, abordadas pela clássica pergunta "programas para computador?" na rua Santa Ifigênia, responderam sim. Uma delas é Nelson, um senhor aposentado de 61 anos cujo filho, Augusto, está desempregado e faz um curso para aprender a desenhar páginas da internet.

O programa que Nelson procurava para o filho era o Macromedia Dreamweaver, que custa, original, pouco menos de R$ 700. "Com certeza é o preço", afirma Nelson sobre as razões de comprar o CD pirata. "Tem outros programas que ele usa para fotografia, essas coisas, que custam mais de mil reais. Como eu vou comprar isso?"

Augusto completou o colegial há dois anos. Não conseguiu entrar na faculdade e está desempregado desde então. Somente agora está aprendendo a mexer com computadores. Espera, em breve, ter técnica suficiente para ganhar a vida montando sites.

Outro consumidor de software pirata com quem conversamos é o garoto Luís Carlos, 14, que está na sétima série em um colégio particular de um bairro nobre de São Paulo.

Desde os 10 anos, Luís tem contato com computadores. Isso porque, em 1997, seu pai comprou um micro para ajudar Alexandre, seu irmão, na realização dos trabalhos do colégio. Em casa, o único CD original é o do Windows 95, que veio com o primeiro micro, comprado em um supermercado.

Ele e os demais membros de sua família compram, sempre que precisam de algo novo, programas piratas de camelôs. Foi assim que conseguiram o Microsoft Office 2000 e o Norton Antivirus, para não falar dos jogos Tomb Raider, Quake II e SimCity 3000.

Juntos e originais, esses programas custariam um montante de aproximadamente R$ 1.200. Na época, o irmão de Luís Carlos conseguiu os cinco por R$ 10 cada um.

Ele conta que, logo que compraram o computador, havia poucos CDs piratas à venda. Seu irmão usava disquetes e copiava os programas de conhecidos. O Dicionário Aurélio Eletrônico, por exemplo, exigiu nove discos.

De um ano para cá, Luís aproveita o equipamento de Roberto, que mora no mesmo prédio que ele. Roberto comprou um gravador de CDs, e, sempre que alguém tem uma novidade, faz uma cópia do programa em menos de 15 minutos.

Leia a reportagem na sequência:
Santa Ifigênia é abastecida por "fornecedores"
Policiais trocam silêncio por CDs piratas
Conheça Vicente, camelô do centro de SP
Empresas acham que preço não é desculpa
Para comprador, preço é o maior atrativo
 

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