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21/07/2000 - 05h17

Moda entra no universo virtual

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ERIKA PALOMINO, da Folha de S.Paulo

Saia do virtual e entre no real. É esse o slogan da atual campanha do Shopping Rio Sul, no Rio, que pode muito bem servir de ilustração para o atual momento da indústria da moda na Internet. Como trocar um dos prazeres primordiais relacionados ao vestir _o toque?

A moda consegue lidar com duas das estrelas da web: comércio e conteúdo. Por isso seu crescente foco de interesse e o ingresso, em ritmo frenético, de grandes conglomerados de bens de luxo na rede. O primeiro setor a se desenvolver on line foi o de cosméticos, já que, de fato, algumas vezes as vendedoras e seu tradicional excesso de explicação tornam a compra de maquiagem e perfumes um inferno. Daí fenômenos como Sephora.com (www.sephora.com) e a Beautyjungle.com (www.beautyjungle.com).

É sabido que a cosmética copia as ideologias da moda. No mundo do alto luxo, entretanto, as grandes grifes internacionais estão incrivelmente atrasadas. Endereços eletrônicos como o da Chanel (www.chanel.com), o da Dior (www.dior.com) e os de outras sofisticadas maisons não dispõem de um quinto da sofisticação de sites de música, por exemplo, e a venda on line ainda está longe dos números que acompanham o varejo virtual em outros segmentos.

Por ora, gigantes como o supermagazine Neiman Marcus (www.neimanmarcus.com) refazem seu site e a nova A/X Armani Exchange (www.armaniexchange.com) investe em tecnologias de atualização para conquistar os (cada vez mais) exigentes visitantes.

Segundo a revista "Harper's Bazaar", os planos para a moda são promissores. A partir de estatística que revela que 50% dos americanos compram on line, pode-se prever que, em um ano, deverá haver uma amazon.com de comércio fashion. O estilista Helmut Lang (www.helmutlang.com) acendeu a fagulha ao cancelar seu primeiro desfile em Nova York para mostrar a coleção de outono-inverno 98 on line.

A explicação para o atraso da dinâmica fa- shion digital pode residir no temperamento algo tecnofóbico dos chamados fashionistas. Ou, quem sabe, no simples fato de que, descontado o tal estresse do balcão, até agora nada consegue substituir o bom e velho espelho e a cultura quase mágica do provador _e não do provedor. Assim, desenvolvem-se o mercado de básicos e o de acessórios, que não precisam ser testados. Dentre esses, destacam-se o da Louis Vuitton (www.louisvuitton.com) e o do agitado Tommy Hilfiger (www.tommy.com), um dos mais sensíveis aos novos trends da juventude.

Ao mesmo tempo, o comércio fashion on line finge que nada aconteceu depois do flop do site boo.com, anunciado como o mais descolado endereço do streetwear internacional. Legítimo produto da Net Generation e da Generation Y (a primeira forma a segunda e vice-versa), o site lançou-se no mundo calcado na força da informação boca a boca, ou melhor, do e-mail.

De repente, muito falatório passou a cercar o boo.com, que, com a mesma agilidade que apareceu, desapareceu do hype. Empacou justamente onde a Internet não pode falhar: na entrega. E deixou mais etéreos os sonhos de ganhar dinheiro fácil com moda na rede.

Quem corre no outro segmento, o do conteúdo, segue o caminho da informação e, para isso, a Internet se presta. O firstview.com (www.firstview.com) saiu na frente, apresentando fotos das temporadas internacionais mais rápido do que as revistas de moda. Publicações que mostram look por look dos desfiles internacionais, como a "Collezioni", demoram meses para chegar às bancas (mais tempo ainda no Brasil). Confeccionistas, estilistas e profissionais da moda já saíam de casa defasados.

Então, o firstview passou a disponibilizar, mediante US$ 5 em cartão de crédito, as fotos, desfile por desfile, sem nenhum tipo de texto ou legenda. Recentemente, sites como o da Vogue (www.vogue.com), entram no ar, às vezes horas depois do desfile, com cerca de 60 ou 80 looks, devidamente explicados por conceituados jornalistas. Totalmente de graça.

Na Internet, as editoras dão opiniões e transformam a cobertura em material telegráfico, quase televisivo, buscando menos a opinião e mais o chamado factual _o que aconteceu, como era o cenário, que celebridade estava na primeira fila etc.

Por fim, os fashion clubs reúnem fashion victims e fashionistas em geral para conversar sobre moda, em chats que comentam as coleções, catálogos, com muita fechação e amor pela moda. No yahoo.com estavam listados 514 deles, como o Haute Divas, Fashion Passion e o Like Totally Fashion. Luxo e riqueza..

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