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08/08/2001 - 03h35

Artigo: Os cinco sentidos do micro

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JOSÉ ANTONIO RAMALHO
especila para a Folha de S. Paulo

Vinte anos depois de usar um PC pela primeira vez, estou sentado em frente ao seu tataraneto escrevendo este artigo.

Da mesma forma, usando um teclado e olhando para um monitor. Sua capacidade de processamento foi multiplicada centenas de vezes, mas a forma de lidar com ele ainda continua praticamente igual. É claro que algumas mudanças marcantes aconteceram. A introdução da interface gráfica e o uso do mouse talvez sejam as mais destacadas com relação à sua operação.

No seu início, o PC era um microcosmo. Do processamento solitário, o computador pessoal passou a conviver com outros PCs em redes locais ou conectado à internet. A informação, que era um bem local, pode agora estar guardada em um disco rígido a milhares de quilômetros sem que o usuário se dê conta disso.

A miniaturização dos seus principais componentes e a evolução tecnológica deram origem a modelos menores e mais potentes, mas que ainda têm de se adequar ao tamanho do ser humano na hora de interagir com o mundo exterior. A mobilidade e a necessidade de compartilhar informação 24 horas por dia são fatores decisivos para que as próximas gerações dos modelos de bolso ou de mão venham a ter a mesma funcionalidade dos PCs de mesa.

O grande desafio para o futuro é adequar todo o potencial de computação que está por vir ao modo de vida dos usuários e, principalmente, à interação, usando os cinco sentidos como interface. Tato e visão já não serão suficientes para absorver a quantidade de informações que os PCs nos oferecerão. Além da audição, o olfato e o paladar deverão fazer parte da interface através de sintetizadores de aroma e sabores.

Os PCs serão cada vez mais ativos na interação com o usuário. Literalmente ligados ao homem, deverão se tornar cada vez mais uma extensão das faculdades humanas. O reconhecimento da íris e de impressões digitais, que eram ficção havia poucos anos, são recursos que podem ser comprados em muitas lojas nos EUA.

Esse exercício de futurologia pode parecer tema para filme de ficção, mas, se olharmos 80 anos para trás, veremos que todo o processamento era baseado em manivelas; há 60 anos, em válvulas. E, nos últimos 50, em transistores.

A tecnologia atual, baseada em transistores e que usa eletricidade e fios, deve durar pelo menos mais duas décadas, abrindo passagem para novas tecnologias, que possibilitarão a criação de computadores quânticos, baseados em átomos e energia.

Essa mudança propiciará um salto tão grande que comparar um computador atual ao computador quântico seria o mesmo que comparar um ábaco a um supercomputador Cray. Antes de esse promissor futuro virar realidade, deveremos sentir algumas mudanças mais imediatas.

Por exemplo, há cada vez menos fios conectados ao PC. Isso graças à tecnologia wireless.

Os discos rígidos baseados em mídia magnética ainda devem evoluir por mais algum tempo, mas, gradativamente, serão substituídos por mídias óptico-magnéticas, que ainda não oferecem performance equivalente, e por memórias sólidas em forma de bastões ou cartuchos.

Os monitores convencionais, de tubos de raios catódicos, que hoje já perdem espaço para a tecnologia de cristal líquido, deverão ficar mais delgados e flexíveis como uma folha de acetato.

O reconhecimento da voz vai oferecer, em breve, uma forma confortável para interagir com o processador, sem obrigar o usuário a falar como um robô com o PC, como acontece hoje. Além da voz, os netos do PC de hoje também deverão reconhecer o olhar para dar plena execução ao termo "olhar-e-clicar".

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